As conclusões, publicadas na revista britânica Nature Medicine, "podem um dia levar ao desenvolvimento de novas drogas que utilizem o potencial de cura do cérebro", disse Rolls.
Os cientistas já sabiam que o sistema de recompensa do cérebro humano, que controla o prazer, pode ser ativado com um placebo se a pessoa que o tomar acreditar que se trata de um medicamento verdadeiro. "Mas não estava claro se isto poderia interferir no bem-estar físico", disse Rolls.
Rolls e colegas incubaram células do sistema imunológico de ratos expostos à bactéria mortal E. coli depois de terem seus centros de recompensa estimulados.
Estas células do sistema imunológico eram pelo menos duas vezes mais eficazes para matar as bactérias do que as células normais, de acordo com os cientistas.
Em um segundo teste, os cientistas vacinaram diferentes camundongos com essas mesmas células do sistema imunológico. Trinta dias depois, o novo grupo de ratos também tinha duas vezes mais capacidade de combater a infecção.
Comida e sexo
A parte do cérebro estimulada foi a chamada área tegmental ventral, onde está o sistema de recompensa. Essa área é ativada, por exemplo, quando um rato, ou um ser humano, sabe que uma refeição saborosa ou um encontro sexual estão próximos.
A partir daí, a mensagem é encaminhada através do sistema nervoso simpático, que é responsável por dar respostas em situações de crise, até desencadear uma resposta imune de combate às bactérias, revela o estudo.
Os pesquisadores observaram, ainda, uma relação entre tal associação e a evolução. "A alimentação e o sexo expõem um indivíduo a bactérias", disse Rolls. "Isso lhe daria uma vantagem evolutiva se, quando o sistema de recompensa é ativado, a imunidade também aumentar", completou.
O próximo passo será realizar experimentos com ratos para encontrar moléculas - potenciais drogas - que possam reproduzir esta relação de causa e efeito.