Pacientes com psoríase conhecem os sintomas muito bem: manchas avermelhadas e salientes pela pele; escamações acinzentadas (chamadas placas) por todo o corpo — especialmente nos cotovelos, joelhos, umbigo e couro cabeludo —; coceira; prurido e sensação de que algo está, literalmente, queimando a pele.
Infelizmente, alguns pacientes com a doença também terão que enfrentar outro grande incômodo: a artrite psoriática (AP), um mal das articulações que pode acometer quem já sofre com o problema de pele. “A doença tem um componente autoimune, mas tem também o componente genético”, explica Sandra Maria Andrade, reumatologista do Hospital Santa Lúcia e membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).
Segundo a médica, além do fator genético, alguns fatores ambientais podem contribuir para o surgimento da AP. “O descontrole do sistema imune tem um importante componente emocional. Normalmente, a gente considera como uma resposta ao estresse, manifestado na pele.” Maria Andrade estima que 8% dos pacientes com psoríase vão desenvolver a AP. Em 15% dos casos, primeiro vem a lesão de pele, depois os sintomas da artrite. “Geralmente, os sintomas começam com dor articular nas mãos e nos pés, além da rigidez matinal. A pessoa acorda de manhã com certa dificuldade de abrir e fechar as mãos, escovar os dentes, pentear os cabelos”, enumera a especialista.
Para ser diagnosticada a AP, a rigidez precisa ter duração de mais de 30 minutos.
Infelizmente, assim como a psoríase, esse tipo de artrite não tem cura. “Quando a doença é infecciosa, ocupacional, em que há como tirar o efeito desencadeador da doença, podemos falar em cura”, reforça a reumatologista Maria Andrade. “Quando não, só se fala em controle. Ainda assim, apenas quando o paciente muda os hábitos de vida, torna-se mais preparado para lidar com o estresse e amadurece. Nesses casos, há a possibilidade de a doença entrar em remissão e nunca mais voltar.”
Clique na imagem para ampliá-la e saiba mais - Foto: Valdo Virgo / CB / D.A Press.