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Além de deixar o bicho em forma, o agility serve para estreitar os laços entre tutor e animal. “O treino é feito com muito reforço positivo. O cachorro é estimulado a prestar atenção no dono e a ser recompensado por isso”, explica Thaís Rodrigues. Cada vez que acerta, ele recebe um petisco e fica mais confiante para enfrentar desafios novos. Como cão feliz também é sinônimo de dono satisfeito, todo mundo ganha. “Quando ele erra, nada acontece. Por isso, o treino é motivacional — é um momento de qualidade de vida.”
Mas não pense que só o cachorro vai se mexer. Para que o animal se sinta estimulado (e saiba o que tem que fazer), o dono também precisa agitar o esqueleto. “A superação dos obstáculos pelo cão depende da sintonia com o dono. O dono vira um foco de confiança, isso fortalece a relação”, frisa a adestradora. Fazer algo com o bichinho que não seja a burocrática voltinha pela quadra é extremamente benéfico para o pet, segundo Thaís — e é também algo pouco comum entre os tutores de hoje em dia. “A maioria das pessoas trabalha o dia inteiro e o cachorro fica sozinho. Normalmente, quando o levam para passear, são atividades mais interessantes para o humano do que para o cão”, aponta.
No agility, além de aprender coisas novas, o animal tem a chance de socializar com outros pets. Isso acontece por conta da dinâmica do treino: um por um, os cães (e seus donos) são chamados para a pista de obstáculos. Cada atividade dura em torno de cinco minutos para que o animal não se canse e perca o foco. Depois, a dupla vai para o banquinho e espera ser chamada novamente. Enquanto não chega a hora de “malhar” de novo, os cachorros brincam, correm e interagem entre si. “Apesar de não ser um trabalho específico para melhorar comportamentos como medo ou agressividade, o cão socializa e fica cansado — e todo mundo sabe que um cachorro cansado é um cachorro feliz”, completa Thaís.
Para os humanos, o agility não é passivo nem na pista nem em casa. Isso acontece porque a aula não acaba quando termina: depois da “maromba”, os tutores precisam continuar a treinar os exercícios, como uma espécie de dever de casa. “O agility exige muito dos donos, porque eles têm que se tornar um pouco adestradores”, completa a bióloga e adestradora Luíza Oliveira Dias. Treinar em casa o que foi passado na aula e procurar informações sobre técnicas de adestramento são providências interessantes para quem busca resultados consistentes.
Quem pode fazer: o agility é indicado para qualquer cachorro, de raça ou não. Se o objetivo for competir, cães velozes (como border collie e pastor-de-shetland) são os mais indicados. O treino com filhotes é um pouco diferente, já que ainda não têm a estrutura óssea totalmente formada. Animais idosos também se exercitam de forma mais leve e sem impacto, por já estarem com as articulações frágeis.
Objetivo: melhorar o condicionamento físico do animal; promover a interação tutor-animal; participar de competições.
Principais obstáculos: saltos, túneis, gangorra, passarela, rampa em “A” e o slalom (12 varetas enfileiradas para o cão desviar).
Cuidados: procure se informar sobre conceitos básicos de adestramento antes de começar. Por inexperiência, alguns donos podem levar o cão a se machucar.