saiba mais
A maior parte de todos os casos registrados, em 2015, é relativa a violência física,38.451 ocorrências, ou seja 50,15% to total. Outros casos mais recorrentes foram de violência psicológica 23.247 (30,33%) e 5.556 de violência moral (7,25%). Esses são os dados nacionais mais recentes, divulgados em março.
Michelle Dias, que integra a Comissão de Instrução do Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo (CRESS-SP), considera que o aumento nos números é reflexo da força que as mulheres ganham na sociedade. "Com vários mecanismos governamentais e ação feminista nas ruas e em redes sociais, nós nos sentimos mais seguras e fortalecidas para registrar as ocorrências. Porém ainda há culpabilização da vítima e minimização da agressão durante o relato nas delegacias", afirmou.
Michelle critica o funcionamento das Delegacias da Mulher, em São Paulo, as quais operam em horário comercial durante a semana. "Grande parte das agressões físicas está ligada ao alcoolismo e uso de drogas, e a maior incidência é nos finais de semana", declarou.
Sobre o anúncio do presidente interino Michel Temer (PMDB) de criar uma área especializada em atendimento às mulheres na Polícia Federal, a assistente social ponderou. "Claro que é importante. Mas é um mecanismo que talvez não seja efetivo. Para se combater a violência contra a mulher a atenção afetiva é fundamental e não um mecanismo emergencial, lançado durante um caso de abrangência nacional (a suspeita de estupro coletivo a uma adolescente de 16 anos, no Rio de Janeiro, na última semana)."
"O papel da mulher na sociedade, hoje, é de luta pelos seus direitos e para desconstruir o machismo. Falta um caminho tenso e extenso, mas é a única saída para mudar realidade do Brasil", disse.