Mariana Halla, com residência médica em ginecologia e obstetrícia, membro da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e da International Menopause Society (IMS) e da North America Menopause Society (Nams), afirma que a menopausa ainda costuma ser vista como um atestado de velhice, de incapacidade e deterioração das funções corporais básicas, por isso a ideia de trazer o assunto para discussão no Congresso Internacional de Dermatologia Estética e Envelhecimento Saudável (ICAD Brazil 2016), que ocorrerá de 16 a 18 de junho, no Centro de Exposições Frei Caneca, em São Paulo, e que tem como foco a dermatologia estética e o envelhecimento saudável.
“Ela amedronta e apavora a maioria das mulheres. O que precisa ficar gravado é que, na realidade, a menopausa é mais uma fase da vida, que pode sim, ser bela e bem diferente desses preconceitos. Muitas chegam ao consultório com queixas de falta de libido, irritabilidade, depressão, cansaço e os terríveis fogachos, calores que atormentam as noites e atrapalham os dias de vida”, destaca Mariana Halla. A médica revela que, para ensinar como reagir diante das frases que ouve no consultório, o congresso também vai falar do lado humano.
Mariana Halla observa que, em 1890, a maioria de nós já estaria morta aos 40 anos. Hoje, felizmente, a expectativa de vida está ao redor dos 80. “Assim, quando os sintomas da menopausa começam a surgir, estamos ainda em plena atividade, com muitos planos e vemos a fase como uma pedra no caminho. Somos surpreendidas pela irritabilidade e depressão, mesmo antes do fim das menstruações. Mas para essas, podemos intervir com medidas comportamentais, como atividade física regular e alimentação saudável, antes mesmo do uso de medicações.”
ESCOLHAS
Nos casos selecionados, Mariana Halla destaca que a reposição de hormônios bioequivalentes, ou seja, com mesma estrutura molecular daqueles produzidos pela mulher, pode sim, acabar com esses sintomas tão incômodos. “Em outros tempos, o uso de hormônios sintéticos mostrava o aumento do risco de câncer de mama e trombose, eventos que não ocorrem com a nova terapia hormonal. Assim, é possível ficar livre totalmente dos calores, melhorar a libido e o ressecamento vaginal, proteger a massa óssea, pele e articulações, melhorar o sono e o humor e, ainda, ter aumento da proteção cardiovascular.”
De acordo com a médica, todas as mulheres que estão entrando na menopausa “devem ter a oportunidade de fazer escolhas genuínas junto ao seu médico, com mudanças no estilo de vida e terapias profiláticas, como a reposição hormonal, aproveitando da melhor maneira esse momento e ainda contribuindo de forma produtiva para a sociedade”.
O Bem Viver de hoje coloca em pauta o bem-estar da mulher na fase madura. Ouvimos personagens que escolheram fazer e não fazer a reposição, e médicos especialistas que expõem seus pontos de vistas sobre a melhor maneira de tomar essa decisão.