Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de 9.498 adultos de meia-idade que participaram da pesquisa “Riscos de aterosclerose em comunidades”, que analisou as causas e as consequências da condição, caracterizada pelo entupimento das artérias. Os pesquisadores examinaram diferenças nos episódios de infartos entre negros e brancos, assim como em homens e mulheres. Ao longo de nove anos depois do início do estudo, 317 participantes sofreram ataques silenciosos, enquanto 386 tiveram o problema, mas exibiram os sintomas clássicos. Os cientistas continuaram a acompanhar os pacientes por mais duas décadas para rastrear as mortes por males cardiovasculares e outras doenças.
No fim, descobriram que os infartos silenciosos foram responsáveis por 45% de todos os casos de ataque cardíaco registrados, aumentando em três vezes o risco de morrer por doenças cardiovasculares.
Os sintomas de um ataque cardíaco silencioso são tão suaves que o paciente mal os percebe, se é que consegue sentir alguma coisa. Todos são detectados mais tarde, geralmente quando a pessoa faz um eletrocardiograma, exame que mede a atividade elétrica do coração. De acordo com Soliman, uma vez descoberta, a complicação deve ser tratada de forma tão agressiva quanto quando apresenta os sintomas clássicos, como falta de ar, dor no peito e dor que irradia para o pescoço, as costas e os braços.
Soliman lembra também que os fatores de risco para todos os casos são iguais. “Os médicos precisam ajudar os pacientes que tiveram infartos silenciosos a parar de fumar, reduzir o peso, controlar o colesterol e a pressão sanguínea, e fazer mais exercícios”, lembra. A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo acredita que, no Brasil, ocorram cerca de 720 paradas cardíacas por dia e 300 mil por ano. No mundo, são 17,5 milhões anuais, estima a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Proteção divina
Ir à igreja com regularidade também é uma forma de proteger o coração, segundo estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard Chan (EUA). Ao analisar dados de 74.534 mulheres, os cientistas concluíram que aquelas que frequentavam templos religiosos mais de uma vez por semana apresentavam risco 27% menor de mortalidade por doenças cardiovasculares. “Parte dos benefícios, aparentemente, é explicada pelo fato de que ir à igreja frequentemente aumenta o suporte social, desencoraja o hábito de fumar, diminui a depressão e ajuda as pessoas a desenvolverem um estilo de vida mais otimista e esperançoso”, explicou Tyler VanderWeele, principal autor. A pesquisa mostrou ainda que, nessas mulheres, as chances de morrer devido a complicações pelo câncer são 21% menores. .