Toxina botulínica ganha espaço no tratamento da paralisia cerebral
Novas técnicas foram discutidas no Congresso Brasileiro de Ortopedia Pediátrica, em BH
Um dos destaques do XII Congresso Brasileiro de Ortopedia Pediátrica foi um simpósio sobre o uso da toxina botulínica em ortopedia, promovido pela Ipsen. Além de relevar novos horizontes nesse tratamento, os especialistas apresentaram novidades nas técnicas de injeção da toxina.
Segundo o ortopedista pediátrico Leonardo Cury Abrahão, do Hospital Ortopédico, Hospital da Baleia, e Associação Mineira de Reabilitação (AMR), a toxina tem sido usada com sucesso no tratamento da paralisia cerebral espástica, lesão de origem cerebral não progressiva que ocorre no cérebro imaturo com manifestações motoras progressivas.
O objetivo dos médicos é melhorar a qualidade de vida e funções motoras desses pacientes, evitar deformidades, melhorar a qualidade óssea, ampliar o horizonte da criança e melhoras suas condições cardiovasculares.
O mecanismo de ação da toxina botulínica consiste no bloqueio da liberação da acetilcolina na placa motora. Em Belo Horizonte, segundo o ortopedista César Lima, o recurso vem sendo usado desde 1995, mas a forma como é administrado vem mudando ao longo dos anos.
Segundo o ortopedista Leonardo Cury Abrahão, muitos mitos e tabus em torno da toxina foram quebrados. %u201CQuando existir espasticidade no quadro de paralisia cerebral há indicação da toxina, mas ela não tem sido usada de forma adequada. Há uma dificuldade de acesso, mesmo ela sendo disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Também falta conhecimento dos profissionais e dos pacientes%u201D, lamenta.
Atualmente, há exemplos bem sucedidos do uso da toxina por anos consecutivos..