Nomeado pelo governo britânico para conduzir o documento sobre a resistência aos antibióticos, o economista Jim O’Neill destacou a necessidade de ações urgentes para evitar que a medicina preventiva regresse à Idade Média.
“É preciso que isso se torne uma prioridade para todos os chefes de Estado”, afirmou O’Neill, citado pela agência de notícias France Presse, ao propor uma bateria de medidas para enfrentar o problema.
O relatório apela à mudança drástica na maneira de utilizar os antibióticos, cujo consumo excessivo e a má utilização favorecem a resistência das chamadas “super-bactérias.”
O estudo preconiza o lançamento de uma vasta campanha para sensibilizar o público que ignora os riscos.
Mortes
Desde o lançamento do estudo, em meados de 2014, mais de um milhão de pessoas morreram por infecções relacionadas com a resistência aos antibióticos, diz o documento. Ele estima que este balanço pode crescer muito, ao ritmo de mais 10 milhões de mortes por ano até 2050, ou seja, mais pessoas do que o câncer mata hoje.
A eficácia decrescente dos antibióticos preocupa fortemente a comunidade científica. A Organização Mundial de Saúde (OMS) advertiu, em novembro, que o fenômeno representa um “imenso perigo” e que, se nada for feito, o planeta caminha para uma “era pós-antibiótica, na qual as infecções atuais podem recomeçar a matar.”
A resistência aos antibióticos acontece quando uma bactéria evolui e se torna resistente aos antibióticos utilizados para tratar infecções..