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Em populações humanas, de risco elevado de contrair o vírus da aids, essa proteção "poderia ter um profundo impacto sobre a transmissão do HIV", afirma uma equipe de pesquisadores sediada na Alemanha e nos Estados Unidos, cujos trabalhos foram publicados na revista Nature.
Eles testaram a imunização passiva como uma solução de proteção, uma alternativa às vacinas experimentais que até agora têm sido infrutíferas.
Uma vacina empurra o corpo a produzir anticorpos contra um ou mais agentes infecciosos, vírus, ou bactérias. Sua ação é de longa duração e, às vezes, por toda a vida. Já a imunização passiva consiste em injetar anticorpos protetores contra um patógeno, ou contra sua toxina. Sua proteção é imediata, mas de curta duração.
A imunização passiva foi usada para proteger viajantes contra a hepatite A, até que uma vacina se tornou disponível. Alguns esperam que ela possa ser usada para prevenir milhões de infecções por HIV até a chegada de uma vacina no mercado.
Em todo o mundo, 34 milhões de pessoas morreram por causa da Aids desde o início da epidemia global, e cerca de 37 milhões viviam com o vírus em 2014, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Não há nenhum tratamento que leve à cura, mas poderosos coquetéis permitem controlar a multiplicação do vírus.
As tentativas de usar anticorpos anti-HIV tiveram sucesso limitado, porque cada anticorpo neutraliza, geralmente, apenas um estreito espectro de cepas de vírus.
Mas a descoberta de anticorpos capazes de neutralizar um amplo leque de estirpes de HIV, chamado "bNAb", e que estaria presente em 10% a 30% das pessoas soropositivas, impulsionou a investigação por vacinas.
Três destes anticorpos foram testados no estudo. Cada um retardou a infecção em macacos em diferentes intervalos: o primeiro, em até 12 semanas; o segundo, em até 20 semanas; e o terceiro, em até 23 semanas.
Ainda são necessárias mais pesquisas, porém, para determinar se essa abordagem representa uma alternativa válida para a vacinação em humanos.