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De acordo com o estudo publicado na revista Nature Communications, a poligamia era a norma em pequenas sociedades de caçadores-coletores, mas esta realidade passou a ser cada vez menos verdadeira à medida que as sociedades cresciam com o advento da agricultura e do sedentarismo. A monogamia passou a ser dominante.
Com base em dados demográficos de caçadores-coletores e dados epidemiológicos sobre DSTs, Chris Bauch e seus colegas modelaram a evolução de diferentes normas familiares.
Dois casos se destacaram. Quando uma sociedade é grande (cerca de 300 pessoas), a prevalência de DSTs se torna endêmica na população e a taxa fertilidade cai. Nessa situação surge o padrão monogâmico. O estilo de vida polígamo passa a ser estigmatizado, com a sociedade chegando a punir os membros.
No entanto, em um pequeno grupo (máximo de 30 pessoas), as DSTs são caracterizadas por surtos de curta duração que não se tornam endêmicos. A taxa de fecundidade continua a ser elevada, a poligamia é a norma social dominante.
"Este estudo mostra como os eventos naturais, tais como a propagação de doenças contagiosas, podem influenciar fortemente o desenvolvimento de normas sociais e julgamentos", explica o pesquisador.
Mas segundo ele, erradicar as DSTs não nos faria passar um estilo polígamo. "Há vários outros fatores que fazem a sociedade impor a monogamia. Acredito que é prematuro dizer que o casamento vai desaparecer ou que a poligamia vai retornar se a questão das DSTs for resolvida", reconheceu.