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Tetraplégico recupera movimento da mão com auxílio de software

Cientistas americanos criaram um sistema chamado NeuroLife que é capaz de restaurar a comunicação entre o cérebro e os músculos sem passar pela medula espinhal

AFP - Agence France-Presse
Ian Burkhart, 24 anos, é tetraplégico há seis anos, desde um acidente de natação que danificou sua medula espinhal - Foto: AFP PHOTO / Ohio State University Wexner Medical Center
Seis anos depois de um acidente que o deixou completamente paralisado, um americano pode agora utilizar a mão para agitar o seu café ou pegar um objeto, graças a um software, relata um estudo publicado nesta quarta-feira (13/04) na revista Nature, um avanço que dá esperança a milhões de pessoas em todo o mundo.

"Esta é a primeira vez que uma pessoa completamente paralisada consegue realizar um movimento usando apenas seus próprios pensamentos", declarou em uma coletiva de imprensa Chad Bouton do Feinstein Institute for Medical Research nos Estados Unidos, co-autor do estudo.

Chad Bouton e uma equipe de cientistas americanos criaram um sistema chamado NeuroLife que é capaz de restaurar a comunicação entre o cérebro e os músculos sem passar pela medula espinhal.

Ian Burkhart, um americano de 24 anos, é tetraplégico há seis anos, desde um acidente de natação que danificou sua medula espinhal. "Os médicos me disseram que a melhor coisa que eu poderia fazer seria mover meus ombros, e nada mais pelo resto da minha vida", explicou Ian Burkhart na mesma entrevista coletiva organizada na terça-feira, um dia antes do anúncio oficial.

Em abril de 2014, os médicos transplantaram um chip de computador (menor que uma ervilha) no córtex motor do cérebro.

Este chip transmite os pensamentos do paciente para um computador que decodifica e envia os comandos do cérebro para uma série de pulseiras que estimulam eletricamente os músculos do braço.

Os cientistas trabalham há mais de 25 anos na tradução do pensamento em ação através de softwares: eles mostraram que seria possível, sem sequer piscar, escrever em uma tela, ou mover um robô em forma de braço articulado para beber café, como o fez em 2012 uma mulher que ficou tetraplégica após um acidente vascular cerebral (AVC).

Em 2014, provaram que um macaco podia, através do pensamento transmitido a eletrodos, mecherr o braço de um outro primata temporariamente paralisado por anestesia..