Muitos tutores podem ficar com pena de deixar os bichinhos de estimação sem chocolate. Em humanos, são necessárias quantidades exorbitantes do alimento para que haja diarreia e outros desarranjos gastrointestinais, o que pode criar uma falsa impressão sobre a receptividade no organismo dos pets. Na verdade, o doce é mais perigoso para animais do que para nós.
O açúcar predispõe à cárie e a outros problemas dentários, mas o grande vilão não é ele, e sim duas substâncias: a teobromina e a cafeína. “Na verdade, muita gente associa que o chocolate faz mal para animais de estimação por causa do açúcar, mas há essas outras substâncias”, explica o veterinário Rafael Silva.
Tanto a teobromina quanto a cafeína são de digestão lenta. É aí que reside o risco. “Não são metabolizadas da forma correta, principalmente a teobromina, que, quando acumulada na corrente sanguínea, é tóxica para o sistema nervoso e causa convulsões”, explica. Segundo Rafael Silva, o organismo animal pode demorar até seis dias para eliminar totalmente a teobromina, enquanto estima-se que o mesmo processo ocorra em meia hora no organismo humano. A teobromina está presente no cacau, logo, é mais abundante em chocolates amargos (a concentração da substância chega a ser 10 vezes maior do que nas barras ao leite). “Como temos muitos tipos de chocolate no mercado, os teores de teobromina variam bastante”, explica Rafael Silva. Vale lembrar que todos têm traços de cafeína, que também não é indicada.
A quantidade “perigosa” de chocolate varia, sobretudo, de acordo com a massa corporal. Por isso, cães de pequeno porte podem chegar a óbito ao comer porções que seriam inócuas para raças maiores. Segundo o veterinário Rafael Silva, entre 100mg e 175mg de chocolate por quilo corporal são suficientes para intoxicar cães. Entre gatos, bastam entre 80mg e 150mg por quilo para fazer mal. “O risco realmente não compensa, ainda mais que agora existem chocolates em versão veterinária.”
Os sintomas de intoxicação por chocolate variam desde sede a diarreia até problemas neurológicos graves, com convulsões e hemorragia. Os sinais começam a aparecer de seis a doze horas após a ingestão e duram até três dias. Foi o que aconteceu com Fluppy, cachorro da professora Wirilene Oliveira. Em 2015, na época com 4 anos, Fluppy alcançou uma barra inteira de chocolate meio amargo que estava na cozinha e passou uma noite e metade do dia seguinte vomitando. Wirilene ligou para o veterinário, que a orientou. “Fui dando soro, antitóxico e bromoprida. Não evoluiu pra infecção intestinal, mas ficou em observação. No outro dia, liguei de novo pra o veterinário, que pediu para esperar até a noite, pois ele estava bebendo água e comendo. Como não evoluiu, não houve necessidade de internação”, conta Wirlene.
O veterinário Rafael Silva orienta que nenhum tratamento caseiro tente ser feito. O procedimento correto é levar o bicho imediatamente para o consultório. “É feita, primeiramente, a lavagem estomacal. Durante esse procedimento, podem ser administrados protetores de mucosa gástrica e protetor hepático, e também um antidiarreico”, explica o especialista. É normal o pet ficar internado, recebendo fluidoterapia (soro enriquecido com minerais) para repor os nutrientes perdidos.
Sob medida
Algumas empresas desenvolveram petiscos especiais para substituir o chocolate. Eles têm sabor e aroma muito semelhantes ao doce, mas sem a presença do cacau. Apesar disso, devem ser consumidos com moderação, devido ao alto nível de conservantes e aditivos químicos.
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A quantidade “perigosa” de chocolate varia, sobretudo, de acordo com a massa corporal. Por isso, cães de pequeno porte podem chegar a óbito ao comer porções que seriam inócuas para raças maiores. Segundo o veterinário Rafael Silva, entre 100mg e 175mg de chocolate por quilo corporal são suficientes para intoxicar cães. Entre gatos, bastam entre 80mg e 150mg por quilo para fazer mal. “O risco realmente não compensa, ainda mais que agora existem chocolates em versão veterinária.”
Os sintomas de intoxicação por chocolate variam desde sede a diarreia até problemas neurológicos graves, com convulsões e hemorragia. Os sinais começam a aparecer de seis a doze horas após a ingestão e duram até três dias. Foi o que aconteceu com Fluppy, cachorro da professora Wirilene Oliveira. Em 2015, na época com 4 anos, Fluppy alcançou uma barra inteira de chocolate meio amargo que estava na cozinha e passou uma noite e metade do dia seguinte vomitando. Wirilene ligou para o veterinário, que a orientou. “Fui dando soro, antitóxico e bromoprida. Não evoluiu pra infecção intestinal, mas ficou em observação. No outro dia, liguei de novo pra o veterinário, que pediu para esperar até a noite, pois ele estava bebendo água e comendo. Como não evoluiu, não houve necessidade de internação”, conta Wirlene.
O veterinário Rafael Silva orienta que nenhum tratamento caseiro tente ser feito. O procedimento correto é levar o bicho imediatamente para o consultório. “É feita, primeiramente, a lavagem estomacal. Durante esse procedimento, podem ser administrados protetores de mucosa gástrica e protetor hepático, e também um antidiarreico”, explica o especialista. É normal o pet ficar internado, recebendo fluidoterapia (soro enriquecido com minerais) para repor os nutrientes perdidos.
Sob medida
Algumas empresas desenvolveram petiscos especiais para substituir o chocolate. Eles têm sabor e aroma muito semelhantes ao doce, mas sem a presença do cacau. Apesar disso, devem ser consumidos com moderação, devido ao alto nível de conservantes e aditivos químicos.