Os cientistas reuniram informações sobre o histórico familiar de infecções de ouvido, o risco de fumo passivo e o tipo de alimentação (se leite materno ou artificial) dos pequenos. Também coletaram amostras do nariz e da garganta e pediram aos pais que avisassem sempre que os filhos apresentassem sinais de infecção no ouvido ou problemas respiratórios, como um resfriado, para que pudessem ser acompanhados por um médico da equipe.
“Nós claramente mostramos que a falta de aleitamento materno é um dos principais fatores de risco para infecções respiratórias frequentes”, declarou, em comunicando à imprensa, Tasnee Chonmaitree, professora do Departamento de Pediatria da Universidade do Texas Medical Branch, nos Estados Unidos, e uma das autoras do estudo.
Quando prolongado, esse tipo de alimentação gera ainda mais benefícios. Os pesquisadores compararam os resultados com uma pesquisa semelhante realizada no fim da década de 1880 e no início de 1990. De acordo com eles, as taxas de infecção do ouvido caíram de 18% a 6% em crianças com 3 meses de idade, de 39% para 23% em bebês com 6 meses e de 62% para 46 % naqueles tinham um ano de vida. No período, houve também um fortalecimento do aleitamento materno.
“A amamentação prolongada foi associada com reduções significativas em ambas complicações: resfriados e infecções do ouvido, que são comuns no frio. É provável que as intervenções médicas nas últimas décadas, como o uso de vacinas e a diminuição do fumo, também tenham ajudado a reduzir incidências de infecção no ouvido, gripe e até a pneumonia”, declarou Chonmaitree.
Ela e a equipe ressaltam que os resultados obtidos são muito importantes, já que as infecções de ouvido, como a otite média aguda, são um dos principais motivos para visitas a pediatras e, caso ocorram em crianças com menos de 6 meses, podem aumentar os riscos de se tornarem frequentes mais tarde..