São duas doses, com intervalo de seis meses entre a primeira e a segunda aplicação. "Esse é o prazo ideal para garantir a maior eficácia do esquema. A segunda dose, no entanto, pode ser tomada até um ano após a primeira aplicação" afirmou a coordenadora do Programa Nacional de Imunização, Carla Domingues. Quem tomou a primeira dose mas já passou dos 13 anos, também pode procurar um posto de vacinação.
A segunda dose da vacina pode ser tomada, de acordo com Carla, até antes de completar 15 anos. As vacinas estão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde. Municípios interessados, no entanto, poderão também realizar campanhas dentro de escolas, tanto públicas quanto particulares.
O esquema vacinal mudou. Quando a vacina havia sido lançada, havia a recomendação para que fossem aplicadas três doses.
Baixa cobertura da vacina
A baixa cobertura vacinal foi identificada sobretudo no ano passado, com rumores de que a vacina teria graves efeitos colaterais. "Isso já foi desmentido. Ela é segura, eficaz", afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Antonio Carlos Nardi.
Ano passado, nenhum Estado atingiu a meta de cobertura, entre crianças de 9 a 12 anos. No Distrito Federal, apenas 1,73% do público alvo foi imunizado. No Pará, o porcentual foi de 21,79%. A melhor taxa foi alcançada em São Paulo, mesmo assim, bem abaixo da meta de 80%: 60,53%. A média nacional foi de 43,75%
Além de meninas entre 9 e 13 anos (incluindo a população indígena), a vacina também deve ser aplicada para grupo feminino entre 9 e 26 anos com HIV ou aids. Para esse grupo, no entanto, a indicação é de que a vacina seja aplicada em três doses. A segunda aplicação deve ser feita após dois meses da primeira aplicação e a última, completando o ciclo, quatro meses depois.
A vacina deve ser usada somente para pessoas que nunca se infectaram com HPV. O vírus, transmitido por via sexual ou da mãe para o bebê, durante o parto, é considerado como um fator de risco para o câncer de colo de útero, vulvar, vaginal e anal.
Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que 290 milhões de mulheres no mundo têm HPV. Os subtipos de vírus mais frequentes são os 16 e 18 - que, por sua vez, são considerados como de alto risco para desenvolvimento do câncer.
A estimativa é de que 16 mil novos casos de câncer de útero sejam registrados em 2016.