De tão lúdico, parece brincadeira. Mas a prática é séria e traz resultados incríveis para a saúde do corpo. Aeropilates, pilates acrobático ou coaching aéreo é uma modalidade de exercícios aéreos que uniu técnicas do pilates e do ioga, usando o aparelho columpio (que significa balanço e suporta até 200 quilos) e tem como base o método desenvolvido pelo espanhol Rafael Martínez, com objetivo de gerar grande definição e força muscular. Ao ter o acessório como auxiliar, ele faz o corpo flutuar, diminuindo as sobrecargas articulares, aumentando as possibilidades de movimento, criando desafios e proporcionando força e flexibilidade.
A fisioterapeuta Eliane Coutinho, Ph.D em fisioterapia, subárea em plasticidade musculoesquelética, pela UFSCar-SP, e fundadora da Fisiociência Pilates, que capacita fisioterapeutas, educadores físicos, médicos, terapeutas ocupacionais e dançarinos para aplicar o método, destaca o coaching aéreo como uma modalidade de exercícios que gera benefícios corporais tanto na área de fitness quanto na de qualidade de vida e reabilitação. “Há grande recrutamento muscular, ganho de força e hipertrofia, de amplitude de movimento, flexibilidade e controle motor que causam equilíbrio corporal.”
Atualmente desenvolvendo pesquisa de pós-doutorado no método pilates na USP-SP, Eliane Coutinho explica que o coaching aéreo abarca três níveis: básico, intermediário e avançado. “Qualquer pessoa – adulto, criança ou idoso – pode fazê-lo, considerando que a altura do columpio é graduada de acordo com o nível de desenvolvimento motor de cada um. Teremos exercícios com bases no solo, com parte do corpo apoiado no solo e outra parte no columpio, exercícios em total suspensão, mas com o aparelho em altura mediana, e outros em alturas elevadas. Dessa forma, graduamos o nível de dificuldade, de condicionamento físico e idade.”
Eliane alerta que a modalidade de exercício deve ter a orientação de um profissional. “Caso o professor não saiba as contraindicações ou o processo de adaptação, principalmente da pressão intracraniana, devido aos exercícios de ponta-cabeça, isso poderá, durante a aula, causar desconfortos nos alunos, como dor de cabeça, tontura e mal-estar.” Por isso, ela avisa que a prática da atividade física é contraindicada para quem tem crises agudas de enxaqueca, indivíduos com labirintite agudizada, tumores cerebrais, hipertensão descompensada e cardiopatias congestivas. Mas enfatiza que “todas essas contraindicações deverão ser acompanhadas pelo médico e essas doenças podem ser contraindicações relativas, já que todo quadro pode ser controlado e o aluno, não estando na fase aguda, poderá sim fazer os exercícios em suspensão gradativamente”.
De acordo com a fisioterapeuta, o coaching aéreo tem como base os princípios do pilates, alguns do ioga e da reabilitação. “Do pilates, usou na técnica os princípios de centralização, concentração e alguns padrões originais de solo e do cadillac, que foram adaptados para o columpio, assim como o grande nível de concentração do ioga e meditação durante a execução dos exercícios.” Eliane assegura que o aeropilates quebra a rotina dos exercícios convencionais. “É um método desafiador, lúdico e que exige autoconhecimento e autocontrole espetaculares.”
• NAS ALTURAS, MAS SEM PERDER O PLUMO
Uma dupla que assumiu a missão de espalhar o aeropilates pelo Brasil, a fisioterapeuta Renata Abate e a educadora física Fernanda Marcun, da Aeropilates Fit Prime, de São Paulo, dão cursos para capacitar profissionais da área de saúde para aplicar o método sabendo “ler” o corpo e fazer as correções individuais que atendam cada aluno. Nos dias 21 e 22 de maio, elas estarão em Beagá, na Clínica Yali, formando instrutores que já trabalham com pilates.
Além dos benefícios já mencionados, Renata destaca que a técnica dos exercícios suspensos no formato circense atuam de forma lúdica no alívio de articulações, descomprimindo a coluna vertebral e alinhando todo o corpo. “Além da melhoria da circulação sanguínea e linfática, diminuição do estresse e do quadro de insônia, melhora a postura e define os músculos, deixando o corpo mais harmonioso e afinando a silhueta. Trabalha todos os músculos do corpo, porém, por existir muitos exercícios suspensos, exige um pouquinho mais dos braços e abdômen. O gasto calórico é difícil de mensurar, mas vai depender do nível do aluno e da aula.”
Até mesmo quem nunca fez atividade física e não tem treinamento pode fazer aeropilates. “O que mudará serão os exercícios indicados para cada um. Além dos avançados e suspensos, o método tem alongamento, relaxamento e movimentos com partes do corpo em contato com o solo, promovendo maior estabilidade ao aluno. Conforme ele progride na prática e adquire condicionamento físico, o nível sobe.” Renata explica que não há restrição de idade, mas lembra que existe a recomendação de idade mínima: 5 anos. “Como utilizamos muito o peso corporal, é superindicado para crianças e adolescentes, já que contribuirá para a construção de ligamentos e tendões fortes. Ao contrário do que muitos imaginam, é interessante para os idosos, porque trabalha o equilíbrio.”
Como em qualquer atividade física, Fernanda alerta para a necessidade de acompanhamento profissional. “A instabilidade gerada pelo tecido aumenta o risco de quedas e lesões quando o aluno tenta realizar um exercício que ainda não é capaz ou o faz de forma inadequada. É preciso ter orientação de profissional especializado e com boas referências.”
O aeropilates pode ser individual ou em grupo. Nas aulas individuais (ou em dupla), o professor poderá focar em um objetivo específico. Já nas aulas coletivas, o profissional deverá ter um objetivo geral e tentar alcançar o maior número possível de benefícios, com exercícios de alongamento, mobilização articular, fortalecimento, descompressão e relaxamento. Fernanda avisa que há um período de adaptação, que varia para cada aluno. “Alguns podem se sentir 'mareados' no início da prática, já que a instabilidade que o tecido utilizado gera pode provocar alterações no labirinto. Com o tempo, essas sensações diminuirão e o aluno se sentirá mais seguro para fazer os exercícios, principalmente em posições invertidas.”
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Atualmente desenvolvendo pesquisa de pós-doutorado no método pilates na USP-SP, Eliane Coutinho explica que o coaching aéreo abarca três níveis: básico, intermediário e avançado. “Qualquer pessoa – adulto, criança ou idoso – pode fazê-lo, considerando que a altura do columpio é graduada de acordo com o nível de desenvolvimento motor de cada um. Teremos exercícios com bases no solo, com parte do corpo apoiado no solo e outra parte no columpio, exercícios em total suspensão, mas com o aparelho em altura mediana, e outros em alturas elevadas. Dessa forma, graduamos o nível de dificuldade, de condicionamento físico e idade.”
Eliane alerta que a modalidade de exercício deve ter a orientação de um profissional. “Caso o professor não saiba as contraindicações ou o processo de adaptação, principalmente da pressão intracraniana, devido aos exercícios de ponta-cabeça, isso poderá, durante a aula, causar desconfortos nos alunos, como dor de cabeça, tontura e mal-estar.” Por isso, ela avisa que a prática da atividade física é contraindicada para quem tem crises agudas de enxaqueca, indivíduos com labirintite agudizada, tumores cerebrais, hipertensão descompensada e cardiopatias congestivas. Mas enfatiza que “todas essas contraindicações deverão ser acompanhadas pelo médico e essas doenças podem ser contraindicações relativas, já que todo quadro pode ser controlado e o aluno, não estando na fase aguda, poderá sim fazer os exercícios em suspensão gradativamente”.
De acordo com a fisioterapeuta, o coaching aéreo tem como base os princípios do pilates, alguns do ioga e da reabilitação. “Do pilates, usou na técnica os princípios de centralização, concentração e alguns padrões originais de solo e do cadillac, que foram adaptados para o columpio, assim como o grande nível de concentração do ioga e meditação durante a execução dos exercícios.” Eliane assegura que o aeropilates quebra a rotina dos exercícios convencionais. “É um método desafiador, lúdico e que exige autoconhecimento e autocontrole espetaculares.”
• NAS ALTURAS, MAS SEM PERDER O PLUMO
Uma dupla que assumiu a missão de espalhar o aeropilates pelo Brasil, a fisioterapeuta Renata Abate e a educadora física Fernanda Marcun, da Aeropilates Fit Prime, de São Paulo, dão cursos para capacitar profissionais da área de saúde para aplicar o método sabendo “ler” o corpo e fazer as correções individuais que atendam cada aluno. Nos dias 21 e 22 de maio, elas estarão em Beagá, na Clínica Yali, formando instrutores que já trabalham com pilates.
Além dos benefícios já mencionados, Renata destaca que a técnica dos exercícios suspensos no formato circense atuam de forma lúdica no alívio de articulações, descomprimindo a coluna vertebral e alinhando todo o corpo. “Além da melhoria da circulação sanguínea e linfática, diminuição do estresse e do quadro de insônia, melhora a postura e define os músculos, deixando o corpo mais harmonioso e afinando a silhueta. Trabalha todos os músculos do corpo, porém, por existir muitos exercícios suspensos, exige um pouquinho mais dos braços e abdômen. O gasto calórico é difícil de mensurar, mas vai depender do nível do aluno e da aula.”
Até mesmo quem nunca fez atividade física e não tem treinamento pode fazer aeropilates. “O que mudará serão os exercícios indicados para cada um. Além dos avançados e suspensos, o método tem alongamento, relaxamento e movimentos com partes do corpo em contato com o solo, promovendo maior estabilidade ao aluno. Conforme ele progride na prática e adquire condicionamento físico, o nível sobe.” Renata explica que não há restrição de idade, mas lembra que existe a recomendação de idade mínima: 5 anos. “Como utilizamos muito o peso corporal, é superindicado para crianças e adolescentes, já que contribuirá para a construção de ligamentos e tendões fortes. Ao contrário do que muitos imaginam, é interessante para os idosos, porque trabalha o equilíbrio.”
Como em qualquer atividade física, Fernanda alerta para a necessidade de acompanhamento profissional. “A instabilidade gerada pelo tecido aumenta o risco de quedas e lesões quando o aluno tenta realizar um exercício que ainda não é capaz ou o faz de forma inadequada. É preciso ter orientação de profissional especializado e com boas referências.”
O aeropilates pode ser individual ou em grupo. Nas aulas individuais (ou em dupla), o professor poderá focar em um objetivo específico. Já nas aulas coletivas, o profissional deverá ter um objetivo geral e tentar alcançar o maior número possível de benefícios, com exercícios de alongamento, mobilização articular, fortalecimento, descompressão e relaxamento. Fernanda avisa que há um período de adaptação, que varia para cada aluno. “Alguns podem se sentir 'mareados' no início da prática, já que a instabilidade que o tecido utilizado gera pode provocar alterações no labirinto. Com o tempo, essas sensações diminuirão e o aluno se sentirá mais seguro para fazer os exercícios, principalmente em posições invertidas.”