As cadelas da ativista Daniela Nardelli, 46 anos, sempre foram incluídas nesse tipo de convênio. Há dois meses, a anciã da matilha faleceu, com 17 anos, e o atendimento médico que ela tinha desde os 4 foi fundamental para manter a qualidade do fim da vida dela. A outra cadela da ativista, a maltês Marie, 10 anos, recentemente precisou fazer uma cesariana de emergência. Daniela acredita que o valor do procedimento ultrapassaria R$ 4 mil, e, por isso, comemora o investimento de cerca de R$ 200 mensais na saúde da companheira, já que todos os gastos da cirurgia foram pagos pelo plano. “Acho que é incalculável a despesa.
O veterinário Balduíno Junior, da Clínica Prime Vet, aprova a decisão dela: “Ainda mais hoje, nessa época de crise, o cliente tem uma segurança maior de levar o animal ao médico, de não ter um gasto fora do orçamento”. Entre os procedimentos de que Daniela mais usufrui estão a limpeza de tártaro e o hemograma, feitos duas vezes ao ano. “Para mim, vale muito a pena, não só pelo valor, mas pela qualidade dos profissionais que nos atendem”, garante.
A shih-tzu Penélope, 5, também é beneficiária de um seguro-saúde há dois anos e já precisou de atendimentos mais custosos, como cirurgia e internação. A tutora dela, Ellen Holanda, 35, acredita que a popularização do serviço faz parte de uma transformação de mentalidade e comportamento mais complexos. “A humanidade está passando por um processo de evolução e vendo que os animais têm a mesma necessidade de bem-estar que o ser humano”, afirma a fisioterapeuta. A única ressalva, porém, se refere à lista de cirurgias com cobertura pelo plano, que, segundo ela, ainda são escassas.
A veterinária Marina Nascente, do Hospital Veterinário de Taguatinga, conta que, em planos de cobertura mais abrangentes, os animais acabam sendo examinados com frequência maior e, portanto, as doenças são detectadas precocemente. “Uma boa parte das pessoas que traz o animal para fazer checape têm o plano. Caso contrário, acho que não viriam”, supõe. Ela diz que muitas vezes os tratamentos são interrompidos por famílias que contrataram planos mais simples. Como os procedimentos, além das consultas, são mais caros, acabam não sendo realizados, deixando os animais mais suscetíveis a complicações de saúde.
Renato Gomes, do hospital veterinário Arca de Noé, concorda que um bom plano estimula os donos a levarem os animais ao especialista, já que os tutores querem usufruir do que está pago. “Você leva seu filho no médico porque sabe que tem que levar. Isso não acontece com o pet, ainda mais porque ele não fala. Checape periódico garante que não aconteceu algo com o animal”, defende.
Saiba escolher
Desde abril de 1998, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) regulamenta os planos de saúde veterinários. A empresa deve se registrar no conselho de sua região e apresentar a cópia dos contratos firmados com clientes e conveniados, além de relação completa dos serviços com preços explicitados. A resolução prevê multa para seguradoras que não cumprirem as normas.
O Health For Pet foi o primeiro plano veterinário brasileiro e, atualmente, é administrado pela Porto Seguro, seguradora conhecida no ramo de veículos e imóveis. A partir de 59,47, é possível contratar o convênio. Um dos serviços oferecidos pela Health for Pet é a implantação de microchip, que acompanha em tempo real o estado do organismo do pet. Lançado em julho de 2014, o Health For Pet presta serviços apenas em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Existem, porém, planos que atendem a capital. A Dog Life, empresa presente no Distrito Federal e em Minas Gerais há mais de 6 anos, oferece seu plano mais básico por R$ 52 mensais. Alguns dos fatores que podem influenciar no valor da mensalidade são a raça do animal e a idade do beneficiário. Pets mais idosos podem precisar de cuidados mais frequentes e, por isso, o seguro é mais caro.
Outro fator importante é a cobertura do plano escolhido. O plano Pet Soft inclui consultas e exames, além das vacinas antirrábica, déctupla canina, ou para os gatinhos, a vacina quádrupla.