Você sabe o que é terapia virtual?

Entenda como funcionam as técnicas de análise psicológica que usam programas de computadores para avaliar os sinais vitais do paciente. A partir das reações registradas, a pessoa conduz, com ajuda profissional, o próprio processo de cura

por Gláucia Chaves 10/03/2016 10:20
AFP / TOBIAS SCHWARZ
Graças a óculos e fones especiais, os pacientes ganharam um corpo virtual (foto: AFP / TOBIAS SCHWARZ )
Seja no cinema, nos videogames, seja em programas de televisão, a realidade virtual já faz parte da vida das pessoas. A tecnologia, contudo, não serve apenas para entreter. Procedimentos baseados na criação de universos paralelos são cada vez mais usados no tratamento contra traumas, medos e transtornos psicológicos. Um estudo publicado em fevereiro pelas Universidades de Londres e de Barcelona, por exemplo, mostrou que esse tipo de terapia é poderoso contra a depressão.

O experimento foi simples: graças a óculos e fones especiais, os pacientes ganharam um corpo virtual. Uma criança, também virtual, aparecia chorando para os candidatos, que eram orientados a conversar com ela até que se acalmasse. Após alguns minutos, o avatar dos pacientes se tornava o da criança, e os participantes recebiam de volta os conselhos que eles mesmos haviam dado. Ao todo, 15 voluntários participaram do experimento. Desses, nove relataram que os sintomas depressivos diminuíram após um mês de terapia, sendo que quatro experimentaram uma melhora ainda mais considerável. “Pessoas que lutam contra a ansiedade e a depressão podem ser excessivamente autocríticas quando as coisas dão errado em suas vidas”, resume Chris Brewin, psicólogo que conduziu o estudo.

Pedro Vilarim Muniz, psicólogo clínico da Totum Reabilitação, trabalha com o biofeedback — basicamente, técnicas que usam sinais orgânicos como batimentos cardíacos, ondas cerebrais e fluxo sanguíneo para registrar as respostas do corpo a situações estressantes. A ideia, segundo o profissional, é treinar o corpo para reagir quando a situação de verdade acontecer. Os sinais vitais são transformados em imagem e som para conduzir a pessoa ao relaxamento. A vantagem do método, segundo Pedro, é ser não invasivo e autorregulado, ou seja: o paciente tem certo controle sobre a situação.

CB / D.A Press
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