O experimento foi simples: graças a óculos e fones especiais, os pacientes ganharam um corpo virtual. Uma criança, também virtual, aparecia chorando para os candidatos, que eram orientados a conversar com ela até que se acalmasse. Após alguns minutos, o avatar dos pacientes se tornava o da criança, e os participantes recebiam de volta os conselhos que eles mesmos haviam dado. Ao todo, 15 voluntários participaram do experimento. Desses, nove relataram que os sintomas depressivos diminuíram após um mês de terapia, sendo que quatro experimentaram uma melhora ainda mais considerável.
Pedro Vilarim Muniz, psicólogo clínico da Totum Reabilitação, trabalha com o biofeedback — basicamente, técnicas que usam sinais orgânicos como batimentos cardíacos, ondas cerebrais e fluxo sanguíneo para registrar as respostas do corpo a situações estressantes. A ideia, segundo o profissional, é treinar o corpo para reagir quando a situação de verdade acontecer. Os sinais vitais são transformados em imagem e som para conduzir a pessoa ao relaxamento. A vantagem do método, segundo Pedro, é ser não invasivo e autorregulado, ou seja: o paciente tem certo controle sobre a situação.