A decisão da mudança de protocolo já havia sido adiantada, mas foi oficializada em coletiva de imprensa na tarde de hoje, ocasião em que os dados da epidemia de zika vírus também foram atualizados.
Até agora, a medida considerada para microcefalia era de perímetro cefálico igual ou inferior a 32 cm e passa a ser de 31.9cm para os meninos e 31,5cm para as meninas. Segundo o coordenador-geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública (CGVR) do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, a mudança do perímetro cefálico está de acordo com a recomendação anunciada recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “A OMS caracterizou o que é microcefalia, microcefalia grave e microcefalia com anormalidade no cérebro", afirmou.
Segundo ele, o objetivo é padronizar as referências para todos os países e valem para bebês nascidos com 37 ou mais semanas de gestação.
Oliveira explicou que a aferição do perímetro cefálico deve ser feita, preferencialmente, após as primeiras 24 horas ou até a primeira semana depois do nascimento. Ele lembrou ainda que a confirmação de microcefalia e a sua associação a outras infecções só pode ser feita após realização de exames complementares e garantiu que, no caso de crianças que nasçam com perímetro cefálico normal, mas apresente algum problema, ela será acompanhada pela pediatria. "Todos os neonatos devem receber avaliação e acompanhamento regular durante a infância", declarou.
O diretor da Divisão de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch reforçou a importância de que todos os países adotem padrões parecidos para notificação de microcefalia. "O que importa é que os casos sejam notificados e acompanhados para identificação precoce de possíveis problemas. Este parâmetro é o que tem maior reconhecimento científico", defendeu.
O Ministro da Saúde, Marcelo Castro, lembrou que a recomendação para gestantes é usar preservativo nas relações sexuais com parceiros que estiveram em regiões endêmicas. .