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No dia 1º de fevereiro, a OMS declarou apenas a microcefalia como emergência internacional, alertando que ainda não existiam indícios claros da relação com o zika. Aylward, porém, insiste que o cenário "mudou".
"Se compararmos com a situação há um mês, os dados apontam em uma direção. Desde então, muito aconteceu. Não podemos provar nada ainda. Mas passamos de uma evidência muito fraca para uma evidência moderada de associação causal", disse. "Isso gerou uma nova urgência para os debates", afirmou.
Aylward lembrou que tanto os novos estudos como a proliferação de casos tem mudado a percepção da OMS sobre o caso. "Agora, temos 41 países desde janeiro de 2015 com casos de zika e o número continua a aumentar", insistiu.
Segundo ele, também já existem nove países onde é forte a relação entre a Síndrome de Guillain-Barré e o vírus. "Há um mês eram apenas três países", indicou.
Outros estudos ainda conseguiram isolar o vírus em mães que tiveram filhos com microcefalia, enquanto um estudo publicado no New England Journal of Medicine também reforçou a associação em mulheres brasileiras. "Outros estudos ainda mostram os efeitos do vírus nas células", indicou.
O diretor apontou que não é hábito na OMS reconvocar a reunião de emergência de especialistas apenas um mês depois do encontro inicial. "Vamos revisitar a questão", disse.
Outro fator que pesou foi sua visita ao Brasil. "Não há dúvida de que houve um aumento do número de casos de microcefalia no Brasil e são casos novos e distintos", disse. Segundo ele, ao visitar Pernambuco, a OMS também se deparou com uma situação em que mulheres" não contam com instrumentos para lidar com a situação". "Precisamos de diagnósticos. Precisamos de vacinas", disse.
Quanto ao mosquito Aedes aegypti, Aylward também insistiu para a necessidade de "maior e melhor controle". "O Brasil tem o desafio da dengue e já entrou na guerra com o zika sabendo das dificuldades", indicou.