Uai Saúde

Aulas de tecido acrobático são uma forma diferente de perder peso

Prática ainda fortalecer a musculatura e ajuda na consciência corporal. É preciso treinar equilíbrio e ter uma dose de coragem

Ailim Cabral
A atividade traz benefícios físicos, como o fortalecimento dos membros superiores, bem como de toda a região do core, que engloba o abdômen e a área lombar - Foto: Valério Ayres/Esp. CB/D.A Press
Exibir movimentos graciosos bem longe do chão costumava ser um privilégio dos trapezistas e dos acrobatas mais talentosos e corajosos dos circos. Porém, com a popularização das artes circenses e com o surgimento de modalidades esportivas que unem a atividade física à dança e ao aspecto lúdico, o tecido acrobático se torna uma possibilidade para os que desejam se sentir verdadeiros artistas.

Segundo o professor de educação física e gerente técnico no programa infantil da Companhia Athlética, Rodrigo Hopper, na prática do tecido acrobático, os alunos ficam em quadras esportivas ou estúdios nos quais aprendem, com a orientação dos professores, a subir nos tecidos fixados no teto por meio de acrobacias e movimentos específicos. “É como se fosse um balé que o praticante vai fazendo no tecido, uma apresentação corporal, estimulando o corpo todo”, explica.

Além do tecido comprido, o mais tradicional e mais difundido nas aulas, existem ainda outras formas de praticar as acrobacias aéreas, como nos tecidos em gota, que se assemelham a uma rede fechada; e a corda, que, de acordo com a instrutora de circo do Instituto Anandah, Allana Nogueira de Matos, também faz parte do universo circense. “O tecido acrobático pode ser definido como uma modalidade que trabalha a consciência física de uma forma lúdica”, acrescenta a professora.

Rodrigo explica que, principalmente nas primeiras aulas, é feito um alongamento em solo antes que o aluno suba no pano. “O desempenho nas aulas iniciais é algo que depende da coragem e da capacidade de cada um. É necessário se arriscar um pouco nas primeiras vezes”, avisa. Rodrigo acrescenta ainda que a modalidade é desafiadora e que o professor também precisa ter o “feeling” de saber se o aluno está confortável ou não em subir no tecido.

Praticante da modalidade desde 2014, a publicitária Daniella de Carvalho Teixeira, 30 anos, ressalta o aumento na autoestima e na autoconfiança como algumas das grandes vantagens da prática. “É um exercício muito ligado à atividade artística e também à sensualidade e à beleza da mulher.
Você acaba se sentindo melhor, tendo mais consciência do próprio corpo e dos movimentos que ele pode realizar”, afirma Daniella.

A publicitária menciona ainda a importância do alongamento da aula em sua saúde. “Tenho um problema de coluna e quando fiz a aula, senti uma melhora enorme”, lembra. Ela faz aula de tecido acrobático duas vezes por semana e combina a atividade com musculação. A flexibilidade melhorou, assim como a definição dos músculos das costas e dos braços, o que a publicitária considerava o mais difícil. “Entre todas as vantagens e benefícios, o que eu mais gosto é a superação. Você vai crescendo a cada dia, melhorando e fazendo movimentos que nunca imaginou que seria capaz. Une a malhação e a dança e a arte, coisas de que gosto muito e que fazem bem para o corpo”, completa.

De fato, a atividade traz benefícios físicos, como o fortalecimento dos membros superiores, bem como de toda a região do core, que engloba o abdômen e a área lombar. Além de criar maior resistência nos dedos e um posicionamento mais adequado dos ombros, o aluno ganha consciência corporal mais completa e trabalha o equilíbrio e a flexibilidade. Quando o exercício é feito de forma adequada, a perda de peso pode equivaler à queima de calorias de uma aula de crossfit. “Se o aluno fizer com vontade, mantendo o ritmo e os batimentos cardíacos acelerados, além de manter uma dieta legal, pode perder muito peso e tonificar os músculos”, completa Allana.

Apesar das vantagens expostas pelos professores e alunos, existem também alguns alertas. A modalidade pode ser perigosa e caso as instruções de segurança não sejam seguidas à risca, os praticantes podem se machucar. É importante que, antes de dominar as técnicas, o aluno nunca passe de uma altura superior a dois metros. O chão deve ser revestido de material mais macio e os professores devem estar sempre atentos aos alunos.
Os tecidos devem estar bem posicionados e em locais onde não corram o risco de se soltar. As restrições variam de acordo com a capacidade de cada um. “É importante que o praticante tenha consciência de até onde pode ir ou não. Se consegue se erguer e, principalmente, respeitar os próprios limites”, afirma Allana.

Saiba mais:


.