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O uso desses anéis apresenta um interesse particular para as mulheres dos países em desenvolvimento, onde as taxas de infecção por HIV são elevadas e onde as mulheres têm mais dificuldade para convencer o parceiro a usar o preservativo, explicou a microbiologista Zeda Rosenberg, que comanda o centro International Partnership for Microbicides (IPM), ao apresentar o resultado dos estudos.
Ao todo, 4.588 mulheres HIV negativo com idades entre 18 e 45 anos do Malawi, da África do Sul, de Uganda e do Zimbábue participaram dos dois testes clínicos de fase 3 chamados "The Ring" e "Aspire", entre 2012 e 2015. As mulheres que usaram o anel vaginal reduziram o risco de infecção pelo vírus hiv (vírus da imunodeficiência humana) de 27% a 31% comparativamente àquelas que usaram um placebo, afirmou o IPM.
E os anéis se mostraram claramente mais eficazes nas mulheres com mais de 25 anos, entre as quais reduziram o risco de infecção em 61% no estudo Aspire e em 37% no segundo (The Ring). Esta diferença se explica pelo fato de que as mulheres mais velhas usam estes anéis mais frequentemente, notam os pesquisadores. "Estes resultados dão uma nova esperança a inúmeras mulheres com alto risco de infecção que precisavam de mais opções para se proteger de maneira eficaz contra o hiv", ressaltou Rosenberg.
"As mulheres precisavam de um método discreto que agisse durante um longo período para se proteger contra o hiv, além de ser um método que elas possam controlar e desejam utilizar", estimou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID) dos Estados Unidos, que financiou o teste Aspire, publicado no New England Journal of Medicine.
Os resultados dos dois testes foram apresentados na conferência sobre os retrovírus e as infecções oportunistas (CROI) que ocorre esta semana em Boston (Massachusetts).
Cerca de 37 milhões de pessoas vivem com o HIV no mundo, dentre as quais mais da metade são mulheres - segundo o Instituto Nacional da Saúde (NIH) americano.