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Paracetamol na gravidez aumenta risco de asma

Os resultados mostraram que 5,7% das crianças avaliadas começaram a ter crises de asma aos 3 anos, e 5,1%, aos 7

Correio Braziliense
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Um artigo publicado no International Journal of Epidemiology trouxe novas evidências de que o risco de desenvolver asma pode está relacionado à exposição ao paracetamol durante a gestação. Usando dados do Estudo de Coorte Norueguês Mães e Filhos, cientistas da Noruega e da Inglaterra compararam associações entre diversas condições ao longo da gravidez — com e sem o uso do analgésico e antitérmico — e o desenvolvimento posterior de asma em 114.500 crianças.

Eles investigaram a ocorrência da asma na idade de 3 a 7 anos e avaliaram a probabilidade de o surgimento da doença ser resultado dos três maiores usos do paracetamol na gestação: dor, febre e gripe. Os resultados mostraram que 5,7% das crianças avaliadas começaram a ter crises de asma aos 3 anos, e 5,1%, aos 7.

Os cientistas encontraram uma associação consistente entre a exposição ao paracetamol durante a gravidez e o risco de a doença alérgica se manifestar aos 3 anos. A ligação mais forte foi observada nos casos em que a grávida tinha utilizado o medicamento mais de uma vez. Os cientistas ressaltaram que o risco foi igual, independentemente da condição que levou a mulher a recorrer ao remédio.

Embora anteriormente outros estudos tenham encontrado relação entre exposição ao paracetamol e o desenvolvimento de asma, esse foi o primeiro a incluir os motivos pelos quais as mulheres usaram a substância quando estavam grávidas.

O estudo também descartou uma hipótese levantada por outras investigações, segundo as quais o uso de paracetamol por parte da mãe antes da gestação ou do pai levaria ao desenvolvimento de asma nos filhos. “Descobrir efeitos adversos em potencial (na substância) é muito importante, já que o paracetamol é o analgésico mais usado por grávidas e crianças”, disse Maria Magnus, coautora do estudo. .