Cristiana Guimarães tomou um susto quando Juan, um de seus 'filhos', da raça west highland white terrier – a outra é Sofia –, começou a mancar. Preocupada, levou-o ao veterinário clínico que já atendia os bichinhos.
Antes de o problema surgir, algumas situações já davam indícios de que os dois cães estavam um pouco acima do peso. “Um dia fui ao supermercado com eles e meu marido, que entrou para fazer compra. Fiquei na porta com os dois. Todo mundo que chegava falava que eles eram lindos, mas que estavam bem gordinhos. E ninguém gosta que falem que seus filhos estão gordinhos”, lembra Cristiana.
Ao ler uma matéria no Estado de Minas, Cristiana conheceu o trabalho da veterinária especializada em endocrinologia animal Marina Pellegrino, do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e levou Juan e Sofia para uma consulta.
“Dávamos ração normal, mas não medíamos a quantidade. Outro erro foram os petiscos, desses que vendem em pet shop. Achávamos que eles podiam comer sempre. Só que eles não têm valor nutricional e são cheios de gordura. Isso fez com que eles engordassem. Também aumentava o apetite deles. Aí começamos a perder um pouco o controle”, lembra.
Hoje, os petiscos industrializados foram substituídos por brócolis e couve-flor.
“Eles emagreceram e estão superanimados, ágeis e brincando muito. É importante os donos seguirem as recomendações dos veterinários. Às vezes achamos que a ração é pouca, mas ela é completa para o bichinho.”
CUIDADOS
A veterinária Marina Pellegrino explica que a ração industrializada já é feita para suprir todas as necessidades nutricionais dos animais. Ela nota que os proprietários se preocupam com a alimentação dos bichinhos, mas, sem orientação, acabam cometendo alguns erros. “Muitas vezes, os donos condicionam o animal a receber petiscos ou a comer mais que o necessário. É tanto amor, que acaba resultando num excesso de peso”, orienta.
Antes de definir o cardápio diário do pet, é necessário fazer uma avaliação completa da saúde dele. Cada animal tem uma necessidade diferente, que vai variar pela raça ou no caso de alguma doença. “A obesidade pode ser de origem alimentar, pelo excesso de comida, ou pelo estilo de vida do animal. Mas é importante ressaltar que pode haver alguma endocrinopatia envolvida, como hiperadrenocorticismo ou hipotireoidismo. Antes de adotar algum regime, é importante avaliar o animal para excluir qualquer possibilidade de doença.”
Sobre os petiscos industrializados, Marina é enfática: “Na minha avaliação, não tem que ter petisco. Só a ração, com complemento de verduras, legumes e as frutas que são permitidas”. A veterinária alerta ainda que alguns alimentos devem ser evitados. Cada espécie tem suas limitações, mas a uva, por exemplo, é tóxica, principalmente para os cães. Cebola, alho, sal, chocolate e doces também devem ser evitados. “Abacate também não é legal, só que mais pelo caroço. Um monte de cães de grande porte vão para a cirurgia por causa do caroço.”.