“Os testes pré-clínicos mostraram que a vacina sintética desencadeia respostas duradouras e imunes, demonstrando o potencial (…) para prevenir e tratar as infecções causadas por esse patógeno”, informa o comunicado técnico. A Inovio disse ainda que as cobaias que receberam seu produto desenvolveram anticorpos e mostraram reação das células-T, que desempenham um papel muito importante na imunização do corpo humano.
“A seguir, deveremos testar a vacina em primatas não humanos e iniciar a fabricação do produto clínico. Planejamos iniciar os testes em humanos antes do fim de 2016”, afirmou o executivo-chefe da Inovio, Joseph Kim.
A vacina de DNA da farmacêutica americana está sendo desenvolvida com a empresa sul-coreana GeneOne Life Sciences e com parceiros acadêmicos, utilizando a tecnologia SynCon. Um dos colaboradores, um canadense, disse à agência de notícias Reuters que o processo científico pode ser acelerado e o teste da vacina em humanos pode começar já em agosto deste ano. Outros especialistas ligados ao processo também indicaram a possibilidade de chegar à última etapa de análises ainda neste ano.
Esse imunizante testado é sintético, ou seja, não utiliza um vírus vivo como outros imunizantes, mas um pedaço de DNA do zika e pode, por isso, ser conservado em um ambiente sem refrigeração durante várias horas - o que facilitaria sua aplicação em várias partes do mundo.
A Inovio, com sede em Plymouth Meeting, Pensilvânia, também disse que pedirá às autoridades reguladoras americanas que acelerem o processo de aprovação da vacina com o objetivo de comercializar o medicamento o mais rapidamente possível. Na Bolsa de Wall Street, as perspectivas positivas fizeram subir de US$ 6,16 para US$ 6,98 as ações da farmacêutica nas primeiras transações.
Anteriormente, ao decretar emergência internacional, a OMS havia estimado em pelo menos 18 meses o prazo para se desenvolver uma vacina contra a zika, considerando trabalhos dos Estados Unidos (dos Institutos Nacionais de Saúde, em parceria com o Brasil) e indianos - a Bharat Biotech destacou há alguns dias que seu imunizante experimental está prestes a ser aplicado em animais.
Microcefalia
Ainda nesta quarta foi publicado mais um estudo sobre zika na revista Lancet.
Os pesquisadores brasileiros ainda apresentaram um sequenciamento do vírus, que mostra que ele é muito semelhante ao relatado na Polinésia Francesa em 2013. Também naquele surto houve o registro de casos de má-formação..