Juliana Reis, de 25 anos, causou polêmica nas redes sociais ao escrever: "Quero deixar bem claro que amo meu filho, mas odeio ser mãe" em reposta a desafio que tinha por objetivo publicar fotos que mostravam o prazer de ser mãe - Foto: Reprodução FacebookEra para ser um desafio do amor, mas como as redes sociais multiplicaram os contatos e as relações, há que se ter cuidado na hora de criar hashtags e propor correntes, mesmo se a sua rede de amigos for pequena porque o que não falta no ambiente virtual é problematização.
O #desafiodamaternidade começou com a proposta de mulheres publicarem três fotos que ilustrassem o prazer de ser mãe. No entanto, quando a dona de casa
Juliana Reis, de 25 anos, se recusou a participar do ‘desafio’, questionando a maternidade cor-de-rosa rotineiramente publicizada, a brincadeira mudou de rumo. “Quero deixar bem claro que amo meu filho, mas odeio ser mãe”, publicou a mãe de primeira viagem.
Em pouco tempo, o post viralizou e se travou uma batalha entre o bem e o mal, já que as redes sociais costumam ser palco frutífero para o maniqueísmo. O bem, no caso, representado por quem não concordava com a jovem. E o mal, por todos que, em alguma medida, tentaram relativizar a atitude da moça. A princípio, o bem sagrou-se vencedor com o bloqueio do perfil da jovem, que foi denunciado ao Facebook, na noite desta quarta-feira (17/02).
A princípio por que o texto de Juliana Reis ecoou entre as mulheres que também se sentem sobrecarregadas e estão dispostas a conversar sobre a rotina solitária das mães contemporâneas.
O relatório Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016, elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU), mostra que as mulheres ainda fazem quase duas vezes e meia mais trabalho doméstico e de cuidados com os filhos e filhas que seus companheiros.
O texto da fluminense de Belford Roxo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro dizia:
"Desafio NÃO aceito! Me recuso a ser mais uma ferramenta pra iludir outras mulheres de que a maternidade é um mar de rosas e que toda mulher nasceu pra desempenhar esse papel... Eu vou lançar outro desafio, o desafio da MATERNIDADE REAL", escreveu Juliana.
Perfil de Juliana Reis, 25 anos, foi bloqueado pelo Facebook - Foto: Reprodução Facebook
Clique na imagem para ampliá-la e leia o texto completo da apresentadora - Foto: Reprodução InstagramOutra que resolveu desabafar sobre a maternidade real foi a apresentadora Luísa Mell. O texto foi publicado no Instagram no dia 11 de fevereiro. "
Quem vê minhas lindas fotos nas redes sociais, não imagina o quanto tem sido desafiador este momento. Sempre imaginei que com amor, carinho, diálogo…fosse fácil criar um filho. Confesso que eu mesma já julguei outras mães, ao presenciar cenas de birras e escândalos de crianças… Mas agora sou eu a mãe julgada. Sou eu a mãe que por muitas vezes não sabe o que fazer para acalmar seu filho…(...) Confesso que ando exausta…como quase todas as mães. Confesso que as vezes choro escondido e que muitas vezes não sei o que fazer… Confesso que me sinto culpada qd não trabalho para ficar com ele e confesso tb que me sinto muito culpada qd trabalho e não fico com ele… Confesso que tem dias que não vejo a hora de dar o horário dele dormir… e confesso tb que qd ele dorme eu fico com saudade!!!!”, escreveu a mãe de Enzo.
Leia na íntegra. Ser mãe é uma escolha
O fato é que nem toda mulher nasceu para ser mãe. Tanto é que, no Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), duas em cada dez famílias brasileiras não têm filhos. O levantamento mostra que, em 2004, 14,6% dos casais não tinham filhos, o que representa 8,2 milhões de famílias. Dez anos depois, em 2014, os números mostram que já somos 19,9% de casais sem filhos, o que representa 14 milhões de famílias.
Para questionar o instinto materno e mostrar que a felicidade de uma mulher não se resume às crias, um novo desafio ganhou as redes sociais. Com a hashtag #desafiodanãomaternidade, algumas mulheres têm postado imagens de momentos felizes de suas vidas - inclusive com a presença de crianças (sobrinhos, sobrinhas, primos, filhos e filhas de amigos) -, como resposta a quem ainda defende a maternidade compulsória. Outras têm denunciado o preconceito pelo qual ainda são vítimas ao manifestarem publicamente o desejo de não ser mãe.
O
Saúde Plena já abordou esse assunto em profundidade na reportagem ‘Mulheres optam cada vez mais por não serem mães, mas ainda enfrentam preconceito’ (
clique para ler).
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