Para chegar a dados precisos, os pesquisadores coletaram relatos dos pais e filhos sobre exposição à fumaça do cigarro e mediram os níveis sanguíneos de cotinina, o principal metabólito da nicotina e frequentemente utilizado como um teste definitivo de tabagismo ou de fumo passivo. Os garotos e as garotas com taxas maiores tiveram desempenho menor nos testes cognitivos a que foram submetidos. “São deficiências que podem se traduzir em baixa capacidade de atenção e em desempenho em menor grau na sala de aula. Estamos falando de crianças (...) que não conseguem atingir o seu pleno potencial”, alerta Martha S. Tingen, coautora da pesquisa.
Também foi detectado que a porcentagem de gordura em crianças em contato com a fumaça do cigarro é substancialmente mais elevada do que a dos seus pares também com problema de peso. A condição, explica Davis, implica em maior suscetibilidade a doenças cardiovasculares e ao diabetes.
Os resultados, segundo os pesquisadores, independeram do peso e da condição socioeconômica dos participantes. A equipe defende a adoção de cuidados nutritivos e de combate ao sedentarismo, além da interrupção do contato com as substâncias tóxicas do cigarro. “Se você está respirando a fumaça de segunda mão, é quase tão ruim quanto se estivesse fumando o cigarro mesmo”, ressalta Tingen. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo passivo a terceira maior causa de morte evitável no mundo..