Após a divulgação da presença do vírus zika em saliva e urina, feita na última sexta-feira pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), muitos foliões se preocuparam com o risco de infecção no feriado. Pode beijar? Pode dividir o copo com os amigos? A reportagem conversou com uma especialista para tirar as dúvidas. De início, a infectologista Dominique Thielmann, do Laboratório Exame, lembra que a Fiocruz ainda não confirmou se há transmissão de vírus pela saliva e urina. “A presença do vírus nesses meios já era conhecida por biologia molecular. Agora, foi descoberta em seu estado infeccioso. Só que a gente não tem conhecimento ainda se esse vírus resiste chegando no estômago, em contato com o suco gástrico”, explica. Também não se sabe se o vírus pode ultrapassar pele e mucosas, no caso da urina.
Portanto, a indicação de cuidados extra é somente para as gestantes, devido ao risco de microcefalia, malformação que afeta o desenvolvimento da cabeça e do cérebro dos bebês. As mulheres grávidas devem evitar aglomerações; compartilhamento de copos, talheres e escovas de dentes; beijos em pessoas com sintomas de infecção e ficar atentas à higiene das mãos.
O vírus zika, transmitido pelo Aedes aegypti, provoca sintomas mais leves que o da dengue: febre baixa, manchas vermelhas na pele, dores no corpo e, em alguns casos, conjuntivite. Para os que querem se proteger do mosquito, o repelente é a principal arma. Segundo a Anvisa, todos os repelentes disponíveis no mercado brasileiro são seguros para as grávidas..