A microcefalia, que tem assustado as famílias brasileiras nos últimos meses, é conhecida de longa data de Elaine Santos Gomes Costa Carvalho, 37 anos. Há uma década, ela descobriu que a filha, Beatriz Costa Carvalho, tinha essa condição. Elaine sentiu surpresa e insegurança com o diagnóstico, uma vez que, à época, pouco se falava sobre o tema. Com o passar do tempo, Elaine preferiu converter essas sensações em força para enfrentar as dificuldades colocadas no caminho da filha especial. Hoje, as descobertas tornam-se postagens compartilhadas no blog De carona com Bibi, no qual apresenta a rotina da garota, revela a felicidade dos avanços diários e aborda assuntos como a acessibilidade.
A proposta da página, mostrar que a microcefalia não é impedimento para uma vida normal, começou a ser desenvolvida há mais de sete anos. “Eu usava minha página pessoal, nos tempos do Orkut ainda, para falar sobre a Bibi. Minha irmã insistia muito para fazermos o blog e ampliarmos o alcance das postagens”, explica. Com 10 anos, Bibi ainda não aprendeu a andar, mas engatinha pela casa toda. “Quero mostrar que podemos fazer tudo normalmente. Se ela não anda, vai de cadeira de rodas aos lugares. É uma mensagem para que as pessoas não escondam os filhos”, defende.
Bibi já foi a Londres e a Paris, viagens registradas no blog e na página homônima do Facebook. A menina conheceu pontos turísticos e utilizou o transporte público. “A acessibilidade lá é muito melhor. No ônibus, em Londres, os motoristas paravam e desciam a rampa para subirmos com a cadeira de rodas”, lembra Elaine. A família mora em Valparaíso, em Goiás, e conhece bem as dificuldades relacionadas à mobilidade. “Aqui, os motoristas não param, porque falta a rampa ou mesmo para não ‘estourarem’ o tempo do trajeto”, compara.
Pela Europa
Rodar parte da Europa proporcionou a dimensão da diferença de tratamento destinado às crianças com deficiências por aqui. De acordo com Elaine, até mesmo um passeio com Bibi pelo shopping causa estranhamento. “Há pouco tempo, as pessoas não costumavam sair de casa com os filhos especiais. Quase não as víamos em locais públicos. Por isso, aconteceu de sairmos com Bibi e as pessoas ficarem olhando. Elas não estão acostumadas”, afirma. Se os olhares de curiosidade vêm acompanhados de preconceito, Elaine não hesita. “Não deixo olharem para ela com piedade ou indiferença. Viro uma leoa”, conta.
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Bibi já foi a Londres e a Paris, viagens registradas no blog e na página homônima do Facebook. A menina conheceu pontos turísticos e utilizou o transporte público. “A acessibilidade lá é muito melhor. No ônibus, em Londres, os motoristas paravam e desciam a rampa para subirmos com a cadeira de rodas”, lembra Elaine. A família mora em Valparaíso, em Goiás, e conhece bem as dificuldades relacionadas à mobilidade. “Aqui, os motoristas não param, porque falta a rampa ou mesmo para não ‘estourarem’ o tempo do trajeto”, compara.
Pela Europa
Rodar parte da Europa proporcionou a dimensão da diferença de tratamento destinado às crianças com deficiências por aqui. De acordo com Elaine, até mesmo um passeio com Bibi pelo shopping causa estranhamento. “Há pouco tempo, as pessoas não costumavam sair de casa com os filhos especiais. Quase não as víamos em locais públicos. Por isso, aconteceu de sairmos com Bibi e as pessoas ficarem olhando. Elas não estão acostumadas”, afirma. Se os olhares de curiosidade vêm acompanhados de preconceito, Elaine não hesita. “Não deixo olharem para ela com piedade ou indiferença. Viro uma leoa”, conta.