A SBCE alerta que a enxaqueca é uma doença incapacitante e que pode impactar na vida pessoal e profissional dos pacientes. Segundo a neurologista, as crises duram de quatro a 72 horas e quem tem dores de cabeça constantes (mais de dois episódios numa única semana) deve procurar um especialista. “A enxaqueca é como um incêndio, tem de apagar no início, porque depois ela se alastra. Mas o tratamento não é só tomar remédio, aliás, o uso abusivo pode torná-la crônica, o que chamamos de dor de cabeça crônica diária, já que o cérebro vai se acomodar. Com tanta automedicação, a enxaqueca é um terreno sem dono, todos tratam-na. O que é grave.”
Célia Roesler enfatiza que há medicamentos específicos.
Por ser crônica, o diagnóstico, a prevenção e o tratamento são fundamentais para o controle da enxaqueca. De acordo com a SBCE, os fatores desencadeadores da crise mais comuns são odores fortes, barulhos, mudança no horário do sono, excesso ou falta de sono, alguns tipos de alimentos (vinho, queijo amarelo, chocolate), além dos fatores psicológicos, como estresse, cobrança no trabalho, nas mulheres, durante o período menstrual, por conta das oscilações hormonais, entre outros.
O fisioterapeuta Rogério Celso Ferreira, diretor clínico da Fisior Hidroterapia, revela que a utilização da hidroterapia, especialidade da fisioterapia que usa a água para beneficiar as pessoas, tem levado a ótimos resultados no combate aos sintomas e às crises de enxaqueca. “A hidroterapia concilia exercícios de fisioterapia com a prática de atividades dentro da água. Isso permite ao paciente se exercitar sem exigir esforços musculares tão elevados quanto aqueles de uma atividade de musculação. A terapia contribui para o estado de relaxamento muscular e mental do praticante, de modo a promover sensação de bem-estar, o que auxilia no alívio das dores localizadas na cabeça.”
Rogério enfatiza que o ambiente aquático é diferente e tem diversas propriedades, “como a flutuação (empuxo). A pressão hidrostática é a pressão que a água exerce no corpo.
De acordo com o fisioterapeuta, não há uma causa para a enxaqueca, mas diversos gatilhos. “Mas não se sabe o que a desencadeia, pois varia muito de pessoa para pessoa. Não se sabe a origem. Estabelecida, há alterações vasculares na cabeça e existe uma vasoconstrição (redução do calibre dos vasos cerebrais), seguida por dilatação (que é o oposto) e a liberação de algumas substâncias (como a serotonina), hormônios e substâncias inflamatórias, que causam a dor típica da enxaqueca. O tratamento, muitas vezes, é sintomático, com analgésico. E, ao iniciar, não há saída, somente com medicação até o processo acabar.”
Portanto, a hidroterapia entra como tratamento preventivo. “Por meio da terapia constante e de treinamento com o organismo, vamos induzir o corpo a um novo estado, que se afasta do processo desencadeante.