Esse problema pode ter consequências sérias para as crianças. "Imediatamente, isso causa dores musculares e cansaço. Em longo prazo, pode se perpetuar e se transformar em uma dor crônica. Qualquer dor que dure mais de dois meses é considerada crônica", explica o médico. Ele recomenda trocar de posição com frequência ao utilizar os eletrônicos e, se possível, levantar o celular na altura da cabeça para não prejudicar a região cervical.
O neurocirurgião Alexandre Elias, especialista em coluna do Hospital 9 de Julho, confirma que "uma fonte de dor é ficar olhando para baixo ao usar o celular, e outro perigo que se vê hoje é digitar enquanto caminha". De acordo com ele, a má postura não apenas causa desconforto, mas pode também levar ao agravamento de situações já existentes, como uma hérnia. Em alguns casos, a prática pode piorar uma dor prévia e exigir até uma operação.
Segundo os especialistas, é necessário fazer pausas a cada 40 minutos pelo menos, e não há uma forma de usar os aparelhos por tempo prolongado sem acarretar dores.
"A má postura ou posição viciosa acelera o processo degenerativo que já ocorre naturalmente", explica Benitez, que enfatiza a necessidade de crianças e jovens praticarem exercícios físicos como forma de prevenção para esse tipo de problema.
O médico ressalta que a musculação é permitida apenas a partir dos 16 anos. "Pode ser uma atividade na água, com bola ou qualquer outra, desde que a criança goste. Ela não pode ser obrigada", defende.
O sedentarismo pode ser um agravante para as dores nas costas, pois, de acordo com Elias, a musculatura ao redor da coluna é muito frágil. "Quem pratica atividades físicas tem uma estrutura mais adequada para proteger a área", diz.
A obesidade pode atrapalhar também os adultos, que já podem recorrer à musculação, mas o médico alerta para os cuidados que deve-se tomar ao iniciar uma rotina de exercícios. "Deve ser feito sempre com a orientação de um profissional e aos poucos para não danificar a coluna", aconselha..