Centros capacitarão profissionais no atendimento de casos de microcefalia

Ministério da Saúde anunciou a criação dos Centros Colaboradores, onde serviços de saúde, públicos e privados, e instituições de ensino poderão colaborar na capacitação de profissionais de saúde para tratamento de pacientes afetados pelo vírus Zika

por Gustavo Perucci 12/01/2016 16:38

Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
Aedes aegypti é vetor do Zika vírus, responsável pelo surto de casos de microcefalia no Brasil (foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)
 

Em mais uma ação para conter o avanço do Zika vírus no país, o Ministério da Saúde (MS) criou os Centros Colaboradores. O intuito é buscar parcerias para a capacitação de profissionais para o cuidado dos pacientes com microcefalia ou afetados pelo Zika.

A portaria para criação dos Centros de Colaboração foi publicada no Diário Oficial da União. A medida possibilitará que Serviços de saúde, públicos e privados, e instituições de ensino de todo país possam, além de qualificar profissionais, compartilhar experiências em determinadas áreas que ajudem no combate ao Zika vírus.

“A potência dessa estratégia é que ela permite mobilizar expertise e capacidade instalada no SUS e nas Universidades, sem custos adicionais, a serviço da capacitação de equipes de saúde da atenção básica, maternidades, hospitais e centros de reabilitação para a atenção à saúde ao casos e complicações do Zika”, garante Hêider Pinto, Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério.

As instituições interessadas em atuar como Centros Colaboradores devem se cadastrar em um site que será disponibilizado em breve pelo MS. O objetivo é que os Centros capacitem médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, agentes de comunitário de saúde, agentes de combate às endemias, fisioterapeutas, entre outros profissionais que atuem no cuidado a crianças com microcefalia, além da qualificação de profissionais do SUS para o enfrentamento do Zika.

Os profissionais de saúde serão treinados pelos Centros para identificar casos suspeitos, notificá-los e adotar os primeiros cuidados a pacientes com microcefalia, além da capacitação para conhecimentos sobre estimulação precoce. Para os profissionais envolvidos com pré-natal, a qualificação será voltara para a notificação, investigação, diagnóstico e conduta nos casos e situações relacionadas ao vírus Zika, Dengue e Chikungunya.

“A iniciativa tem grande potencial de multiplicação. Assim, profissionais de um serviço que saírem, por exemplo, de uma cidade do interior para receber treinamento em grandes centros poderão, ao retornar, estruturar o serviço, qualificá-lo para o cuidado de pessoas afetadas pelo Zika e estabelecer um polo de capacitação no município para atender as cidades vizinhas”, exemplifica o secretário Hêider Pinto.

O Ministério da Saúde vai organizar toda a oferta dos treinamentos e colocá-la disponível para que Secretarias Estaduais de Saúde e os Conselhos de Secretários Municipais de Saúde de cada estado possam estabelecer a agenda das equipes dos municípios a serem capacitadas. Além disso, cursos que já estejam sendo oferecidos pelas instituições participantes poderão ser integrados ao sistema com a abertura de parte das vagas a profissionais de municípios e estados interessados. (Com Agência Saúde)