

Um dos métodos mais conhecidos e utilizados mundo afora é a equoterapia ou hipoterapia, que emprega o uso de cavalos como agentes promotores de saúde física e psíquica para pessoas com deficiências físicas ou doenças mentais. E ele não é nada recente. Hipócrates, médico e filósofo grego, considerado o Pai da Medicina, em 400 a.C. já utilizava equinos para recuperar a saúde de pacientes que sofriam de insônia. Ele também afirmava, há mais de 2 mil anos, que a equitação melhorava o tônus muscular. Mesmo assim, levou algum tempo para o método ser reconhecido como realmente eficaz.

O impulso que essa alternativa terapêutica precisava para ser levada a sério veio no século passado. E pelas mãos de uma mulher muito obstinada. Lis Hartel, amazona norueguesa, contraiu o vírus da poliomelite aos 23 anos, que a deixou paralisada permanentemente dos joelhos para baixo e com graves sequelas de movimentos nos braços e mãos. Contrariando a orientação médica, ela continuou a montar e, em Helsinque, na Finlândia, em 1952, foi uma das primeiras mulheres a disputar as competições equestres contra homens em Olimpíadas. Na mesma competição, conquistou uma medalha de prata – primeira de uma mulher em disputa direta contra homens na história dos Jogos. O público só notou a dificuldade de movimento de Lis Hartel quando ela foi carregada ao pódio pelo cavaleiro sueco e medalhista de ouro na prova, Henri Saint Cyr. Depois de se aposentar, ela fundou o primeiro centro de equoterapia da Europa.
BRINCADEIRA SÉRIA
Geralmente, a utilização de cães em terapia é vista como um momento lúdico, de brincadeira. Mas com profissionais especializados e bem conduzido, o papel do melhor amigo do homem e de outros animais em processos terapêuticos pode ser bem mais profundo.
“A mídia tem divulgado muito esse trabalho, mas como um processo lúdico. Assim, o senso comum enxerga essa alternativa terapêutica apenas como uma brincadeirinha com um cachorrinho. O trabalho é muito mais do que isso. É científico. Um cachorro dentro da casa faz bem, mas um que é selecionado, manejado, trabalhado e bem conduzido por um profissional pode trazer impacto direto na saúde, no bem-estar e até na inclusão social do paciente”, esclarece Leonardo Curi, psicólogo, que, desde 2003 utiliza animais em terapia.
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Ele alerta que não é somente pegar um cachorro qualquer e começar a levá-lo a hospitais. Aspectos, como raça e índole devem ser levados em conta antes do início do treinamento para a atividade.
“Trabalho com diferentes animais e vivo com eles. Minha casa é como se fosse um laboratório de TAA. Vejo nitidamente que os laços afetivos que estabeleço com cães e gatos são completamente diferentes. O cão 'atropela' um autista, que não dá conta de estabelecer a relação afetiva na velocidade que o cão exige. O gato não. Chega sutilmente, devagar e afeta o íntimo da pessoa delicadamente. Ele estabelece um laço afetivo muito mais profundo, porém, de forma mais delicada, sutil”, exemplifica.
O psicólogo lembra que o treinamento do animal é fundamental para o bom andamento da terapia. Ele não pode reagir agressivamente em hipótese alguma, deve gostar do contato humano e não pode se estressar ao sair de seu ambiente habitual. Cuidados com lambidas e higiene também são essenciais.
BONS DE FARO
Pesquisa divulgada na revista científica Journal of Urology este ano afirma que o olfato dos cães é capaz de detectar, com 98% de acerto, a presença do câncer de próstata em homens. O estudo, realizado por cientistas italianos, em Milão, que utilizou pastores-alemães, constatou que os cachorros conseguem diagnosticar o câncer a partir de compostos presentes na urina dos pacientes. Mais de 900 homens participaram da pesquisa, 360 com a doença e 540 saudáveis. Ainda não existe um teste único e definitivo para o câncer de próstata, mas o mais confiável segue sendo o exame de toque.