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Mas mesmo sendo um processo completamente natural, falamos pouco sobre o assunto. Menstrua-se e ponto — não é nada mais do que um incômodo mensal. Comum na vida de basicamente todas as mulheres do mundo, sejam elas europeias, africanas, asiáticas ou americanas, a menstruação é escondida. O sangue se tornou algo relacionado à dor, ao sofrimento, aos machucados.
O tempo que se passa sangrando é um momento inseguro — no período, é preciso atenção redobrada para se ter certeza de que nada está manchado, as cólicas castigam, as emoções estão latentes, os seios doem, a pele fica mais oleosa. Mesmo com tudo isso, a rotina de trabalho, de estudos, de família continua a mesma.
Ultimamente, voltamos a falar sobre “aqueles dias”. O coletor menstrual, o conhecido copinho, é discutido em quase todas as conversas entre amigas. Fala-se de cólicas, de TPM. Pedir um absorvente emprestado em público não é mais uma grande vergonha. A menstruação deixa de ser só um incômodo, e seu atraso, um mero indicador da gravidez. Há quem abrace o fluxo como o símbolo máximo da feminilidade. Mas também há quem considere este um período inútil e escolha não menstruar.
O feminino redescoberto
Nas sociedades antigas, matriarcais, o período menstrual era encarado como sagrado. As mulheres que estavam nos “dias da Lua” eram separadas dos demais e iam para o meio da floresta, para as tendas da Lua, onde ficavam sentadas na terra, devolvendo o sangue e meditando. Entre elas, discutiam, conversavam, contavam histórias, cantavam. Na volta, eram recebidas como sacerdotisas, gurus. Com a clareza necessária para aconselhar e tomar decisões.
“As mulheres anciãs compreendiam que esse período da mulher era um período de maior poder espiritual. Um momento de muita introspecção. Quando temos a intuição mais elevada, é a oportunidade de abrir o terceiro olho. Tem uma coisa mística. Elas voltavam com visões, conselhos para a comunidade, sabedoria”, explica a gestora ambiental Juliana Agudela. Alguns ritos sagrados eram feitos com sangue menstrual. Em outras culturas, recolhia-se o sangue para fertilizar a terra e garantir boas colheitas.
Ao longo do tempo, a sociedade foi se tornando patriarcal e a menstruação, um período no qual se sangra sem estar morrendo, passou a ser encarada como algo estranho, nojento, que deveria ser escondido. “Por poderem engravidar, gerar vida, as mulheres eram seres superiores aos homens. Com a mudança social, as mulheres foram sendo colocadas no campo privado, foram perdendo espaço e começou toda uma deturpação dos valores que eram sagrados, naturais. Foram tirando o poder da mulher”, explica a economista e pesquisadora de gênero Tânia Fontenele, coordenadora do Instituto de Pesquisa Aplicada da Mulher.
“A sociedade patriarcal foi quebrando esse prazer de ser mulher. O prazer de menstruar, de ter orgasmos. Considero que a caça às bruxas foi o momento definitivo para sedimentar essa visão. Foi um massacre histórico que nos deixou essa vergonha por ser mulher”, conta a estudante Ariadne Hamamoto, 23 anos. Ariadne estuda o assunto e a menstruação é o tema principal de seu trabalho de conclusão de curso.
Hoje, várias culturas consideram a menstruação como algo sujo e vergonhoso. Na Índia, por exemplo, as mulheres compram absorventes embrulhados em embalagens de papelão, para “disfarçar” o conteúdo. Durante o ciclo, deixam de sair de casa, e a falta de água muitas vezes dificulta que as toalhinhas sejam corretamente higienizadas.
Menstruadas são proibidas de entrar em mesquitas, a depender do ramo do islamismo. Em algumas sociedades camponesas europeias, tais mulheres não podiam tocar em árvores ou vacas para não “secá-las”. Uma crença viva ainda em certos vilarejos não permite que elas amassem as uvas para o vinho, sob o pretexto de podem azedá-lo. E mais: não podem cozinhar, não devem tomar banho, não podem fazer sexo... Ficam completamente reféns de uma condição natural e própria do feminino.
“É uma bobagem ter vergonha, a menstruação faz parte da vida. É como respirar. Vou me esconder por causa do valor dos outros? Temos peitos, menstruamos, temos TPM, e tudo isso faz parte dos meus ciclos. Não podemos negligenciar o próprio corpo”, protesta Tânia Fontenele. “Acho que são ondas de feminismo, e eu considero que estamos chegando em um momento mais maduro. Estamos desconstruindo, resgatando um conhecimento. Acho que é um movimento das mulheres de buscar uma reconciliação com o feminino”, afirma Ariadne.
Completando o ciclo
Nessa busca por saberes tradicionais, muitas mulheres têm feito a escolha de devolver o sangue para a terra, completando o ciclo da vida. “Temos uma tendência a achar que esse ritual é bizarro porque fomos ensinadas que o sangue é sujo, quando, na verdade, ele é vida. Você cria uma nova conexão entre o seu corpo e o meio ambiente”, explica Ariadne Hamamoto. Ela conta que o sangue é um ótimo fertilizante — assim como o NPK, fertilizante usado frequentemente em hortas, o sangue é feito de nitrogênio, sódio e potássio. “É uma coisa que o seu corpo teve todo um gasto de tempo e de energia para produzir e você vai jogar no lixo?”, questiona. A estudante escolheu então regar mensalmente as plantas do próprio quintal com o sangue da menstruação. São ervas que ela consome justamente para regular o ciclo ou ajudar a menstruação a descer. “Já tenho minhas ervinhas que são bem conectadas ao meu ciclo menstrual, e elas ficam bem felizes, crescem bastante. Como é só uma vez por mês, acaba sendo uma dose homeopática de um nutriente muito bom”, diz.
O primeiro sangramento
A menarca é um momento único da vida. Entre os 10 e os 12 anos, a menina sangra pela primeira vez. Torna-se mulher. Daí para a frente, é capaz de gerar vida, seu próprio corpo se transforma. Crescem os seios, mudam as formas da cintura e do quadril. Mas, mesmo sendo um capítulo indispensável, o momento da menarca carrega um estigma. Em algumas tribos da África, é quando se agenda a mutilação genital. Durante a escravidão, uma criança que menstruava já poderia ser vendida como adulta.
Em nossa sociedade, a menina que menstrua pela primeira vez não recebe nenhum tipo de auxílio, de explicação. Só dizem como usar o absorvente e pronto. Para tentar entender melhor a relação das mulheres com o fluxo, a estudante Ariadne Hamamoto disponibilizou um formulário on-line com questões sobre os ciclos. “Uma das coisas que mais me marcou foi essa experiência da primeira menstruação. A maioria das mulheres não têm um diálogo com as filhas: a menina acaba achando que está doente.
Entre os relatos recolhidos pela jovem, há várias perplexidades. Em um deles, a mãe “ensinou” à filha que “depois que menstrua, a mulher fica safada”. Em outro, a adolescente recebeu da mãe uma surra, uma toalhinha e só. Muitas são alertadas, aos 12 anos, que já podem ficar grávidas e precisam se proteger. Em um caso complicado, a menina estava em casa sozinha com o pai quando menstruou pela primeira vez. Sem saber o que fazer, o homem colocou a filha debaixo do chuveiro por três horas até a mãe chegar. “São histórias absurdas que mostram que não sabemos lidar com o assunto. Torna-se algo impróprio, sujo, quando é natural e saudável. É uma coisa que todo mundo a parabeniza por ‘virar mocinha’, mas, ao mesmo tempo, você não pode conversar com ninguém sobre”, conclui Ariadne.
E quando essas mulheres são perguntadas sobre como se sentiram na primeira menstruação, a maioria exprime indiferença. “Esse momento era muito festejado pelos povos antigos e tradicionais. Eles chamavam a menstruação de elixir da imortalidade, de néctar da vida, vários nomes muito lindos que carregam esse peso simbólico do que é menstruar além de ser simplesmente um sangue que sai de você todo mês. Isso se perdeu”, argumenta a estudante. “Nenhuma de nós recebe uma palavra sábia. Ninguém fala que sua fisionomia vai mudar, que seu corpo vai começar a mobilizar energias internas, seu ciclo emocional. Mudamos muito e não só fisicamente”, expõe a gestora ambiental Juliana Agudela.
Arte vermelha
As imagens que ilustram a reportagem são parte do projeto Beauty in Blood, da artista americana Jen Lewis. Ao começar a usar o coletor menstrual, Jen passou a prestar mais atenção no sangue que saía todos os meses e refletiu sobre como a sociedade enxerga a menstruação. Para desmitificar o líquido, passou a usá-lo em fotos microscópicas. Nesta entrevista, ela explica seu processo de criação.
Quando percebeu que o sangue podia ser arte?
O catalisador para a criação do Beauty in Blood foi quando eu troquei o absorvente pelo coletor menstrual por recomendação do meu médico. Eu amei imediatamente, mesmo tendo que praticar um pouco para me adequar. O coletor é uma abordagem da menstruação muito mais “mão na massa”. Um dia, quando minhas mãos estavam sujas de sangue enquanto eu esvaziava o copinho, comecei a pensar em por que a sociedade taxa a menstruação como algo nojento. Estar no banheiro e derramar o líquido vermelho brilhante no branquíssimo vaso sanitário me fez pensar em Jackson Pollock e como ele trabalhava nas suas telas, com gotejamentos e respingos.
Acha que as pessoas estão mais confortáveis com o assunto?
Sim, existe um número cada vez maior de pessoas dispostas a falar publicamente sobre menstruação. A Cosmopolitan apelidou 2015 como “o ano da menstruação” por causa da quantidade crítica de ativismo em favor do tema. Nós estamos assistindo à mídia social e à imprensa tomarem posições bastante progressistas, mas se você ler os comentários de qualquer um desses artigos, a quantidade de respostas negativas é substancialmente maior. Essa disparidade indica que nós ainda temos uma grande batalha para remover o estigma do corpo que menstrua.
Como é a recepção do seu trabalho?
Muitas vezes, as pessoas torcem o nariz ou me olham de forma interrogativa quando eu digo que são fotos de sangue menstrual. Mas, depois que a surpresa inicial da palavra “menstruação” passa, a conversa normalmente evolui para uma discussão intensa sobre os vários aspectos da saúde menstrual largamente ignorados pela sociedade. Mesmo que estejamos falando mais sobre menstruação esses dias e trabalhando diligentemente para remover o tabu, definitivamente, ainda há preconceito com a menstruação como um tópico social e, certamente, como um meio de arte.
Diário lunar
Para entender melhor seu próprio ciclo, Ariadne Hamamoto começou, há um ano, a criar um diário lunar. A ideia é anotar tudo o que se passa no dia a dia, inclusive nos dias sem sangue. “Eu era como a maioria das mulheres: não gostava de menstruar, tinha raiva, era um incômodo que atrapalhava a minha vida. Mas aprendi que passamos pelas quatro estações, assim como a natureza. Conhecendo o nosso ciclo, a gente consegue entender as fases. Com uma visão ampla, conseguimos meio que tomar força com essa maré de sangue”, conta.
Inspirada pelo trabalho da artista plástica argentina Juliaro, a estudante de desenho industrial criou a própria estética. Em vez de um círculo, uma espiral. “Normalmente os ciclos são divididos em 28 dias, mas o meu é um pouco maior. A espiral também me dá uma ideia maior de continuidade. Anoto o principal — a intensidade de fluxo enquanto estou menstruada; a quantidade de energia que eu tenho no dia e a cor que estou vibrando; as fases da lua; como estou me sentindo; como estou reagindo às coisas. Anoto os pontos-chaves para mim e o legal de usar a cor é que eu tenho uma comparação”, explica.
Ariadne sabe em que momento que a mente está mais ágil, o pensamento está mais claro, e também quando está mais intuitiva, mais conectada com o inconsciente. De posse desse autoconhecimento, marca seus compromissos para o melhor dia. “É um exercício de olhar para dentro, refletir como estou. É um momento meio meditativo”, resume. “Conhecendo meu ciclo, sei quando colocar os sentimentos para fora sem ser agressiva com as pessoas. Hoje considero a TPM um Tempo Para Meditar, acho um entendimento mais justo. A gente vai se entendendo e caminhando.”
A revolução do copinho
A colombiana Juliana Agudelo, 29 anos, formada em gestão ambiental, deixou o país para correr o Brasil conversando sobre menstruação. “Eu estava infeliz no meu trabalho e conheci o copinho. Passei a vendê-los na Colômbia e, agora, vendo-os aqui. Fico feliz quando dá certo e a mulher se adapta. Sinto que estou unindo minha profissão ao feminismo. Viajo para conhecer as cidades, mas também para fazer um trabalho de roda de conversa com as mulheres”, conta. Juliana vai a faculdades, escolas e até mesas de bar para debater sobre menstruação, vagina, coletores e “coisas que as mulheres não têm oportunidade de falar por medo ou vergonha.”
Juliana percebe que elas estão mais abertas a falar sobre isso. Talvez pela facilidade de encontrar informação na internet, mas o fato é que, apesar de o assunto ainda ser polêmico, poucas fazem cara feia quando a colombiana se aproxima. “É um tabu forte, algo que causa repulsão, que aprendemos desde pequenas que é preciso ter nojo e esconder. Mas a maioria fica curiosa com o coletor, apesar de ter medo de introduzir algo na vagina”, explica.
Nessas abordagens, ela encontrou mulheres que nunca haviam olhado para a própria vagina. Algumas perguntam se é possível fazer xixi com o coletor, não sabendo que os canais são diferentes. “Sinto que elas estão melhorando, não me sinto mais tão desconfortável de falar com as pessoas. Acho engraçado que falam muito de primavera feminista, e talvez seja isso. Essa mulherada está expandindo a consciência, estamos acordando depois de muitos anos e percebendo que a sociedade não é legal para nós”, avalia.
Criado nos anos 1930, o coletor menstrual vem fazendo sucesso apenas agora. Feito em silicone cirúrgico, o copinho é pequeno, maleável e vem em vários formatos e tamanhos. Há opções para quem já teve filhos ou nunca teve relações sexuais; para atletas com o assoalho pélvico forte; para aquelas com o colo do útero baixo etc. O uso é simples: basta ferver o objeto antes do primeiro uso, prender uma das dobras para torná-lo menor e inserir no canal vaginal. Lá dentro, o copinho de silicone se desdobra sozinho e cria um vácuo que impede vazamentos.
Como um absorvente interno, quem usa o coletor não sente que ele está lá. A indicação dos fabricantes é que não se fique mais de 12 horas com o produto. Ao retirar, é só apertar a base do objeto para retirar o vácuo e esvaziar o copinho. Daí, é só lavar e repetir o processo, incluindo a fervura. “O interessante do copinho é que ele cria uma outra relação com a menstruação. Você começa a ver a quantidade de sangue, a textura. Vê que não tem cheiro ruim, é só cheiro de sangue, de ferro. O mal odor é a oxidação dele quando fica no absorvente. Dá para analisar o muco cervical, que é um indicador importante para a saúde”, conta Ariadne Hamamoto.
Juliana Agudelo explica que, além de aproximar a mulher do que realmente acontece com o próprio corpo, o copinho ainda é responsável por diminuir cólicas e até o fluxo. “Eu sentia muita dor e o coletor me ajudou muito. Além disso, eu me sentia muito mal de gastar tantos absorventes por mês”, lembra a gestora ambiental. Ela conta que cada absorvente comum demora, no mínimo, 100 anos para se decompor, enquanto o absorvente interno demora 30 anos. Durante a vida menstrual, cada mulher gasta pelo menos 13 mil unidades. Em contrapartida, o coletor tem 10 anos de vida útil.
Outro problema dos absorventes é que são feitos de algodão cultivado com pesticidas e branqueado com água sanitária. Eles levam corantes, fragrâncias, colas e plásticos. E nada disso faz bem. “O absorvente interno então, tem o mesmo tanto de química, mas está em contato direto com o colo do útero, com redes de sangue que passam para o corpo todo”, alerta.
Segundo o ginecologista Demetrio Gonçalves, professor da Universidade Católica de Brasília, o copinho ainda é um assunto complicado. “Já comentei sobre o coletor com algumas pacientes e a maioria não aprovou, achou anti-higiênico. Preferem o absorvente externo, que continua a ser o mais utilizado. Acredito que o copinho deva ser usado por quem tem algum tipo de alergia aos métodos tradicionais”, afirma.
A escolha pela interrupção
Na onda oposta às mulheres que andam apaixonadas pela menstruação, há quem prefira evitar o incômodo do sangramento mensal e escolha não menstruar. O polêmico implante criado pelo médico baiano Elsimar Coutinho promete o fim da menstruação sem nenhum efeito colateral. “É um sangramento inútil. Um animal que sangra por quatro dias morre, acaba atraindo predadores. A menstruação é uma espécie de aborto de um ovo que não foi fecundado. É um aborto por mês”, afirma o médico.
Segundo Elsimar, a mulher que menstrua corre o risco de ficar anêmica, e pode desenvolver endometriose ou miomas. Para evitar que o sangue venha todos os meses, o médico desenvolveu um implante em formato de tubo de silicone de cerca de 3cm que fica alojado na camada de gordura da pele. “A umidade do sangue carrega os hormônios pela corrente sanguínea”, explica o médico Luiz Carlos Calmon, que atende na clínica de Brasília de Elsimar.
Luiz Carlos conta que hoje se aprende que inúmeras doenças que podem levar à infertilidade são causadas pela insistência da menstruação mensal ao longo da vida e que o hormônio não é o vilão da história. “Não menstruar é algo muito saudável e recomendável. Depende da dose (de hormônios), assim como remédios e venenos. Nossas agendas estão lotadas de pacientes que querem deixar de menstruar”, afirma. Para o professor de ginecologia Demetrio, não há problema em não menstruar, inclusive emendando cartelas de anticoncepcional. “Muitos casos, inclusive, têm indicação: anemia, endometriose, cólicas menstruais intensas (dismenorreia) etc.”
Segundo o médico, o implante tem um efeito anabolizante, causado pela gestrinona, um hormônio geralmente usado para tratar endometriose. As pacientes que se exercitam bastante e se alimentam bem acabam, de quebra, queimando gordura. “É fundamental adotar condutas e hábitos de vida saudáveis. Há possíveis efeitos colaterais, como queda de cabelo e oleosidade da pele, mas há muitas modelos e atrizes que fazem uso do implante e estão muito bem”, explica Luiz Carlos.
A personal trainer Rafaela Fonteles, 38 anos, reaplicou o implante no começo do mês e entra agora no segundo ano sem menstruar. “Várias das minhas alunas têm o implante e eu me animei. Primeiro, porque é um anticoncepcional potente. Segundo, porque parei de menstruar e não tenho mais aquele incômodo, a TPM, a dependência do absorvente. E a minha disposição melhorou muito”, conta. Além de parar de sangrar, Rafaela explica que o implante a ajudou a ganhar massa muscular e a perder gordura — foram 7kg e 7% de gordura em um ano.
“Tive um pouco de retenção de líquido nos dois primeiros meses, mas logo passou. No segundo mês, passei a me sentir mais disposta, parei de menstruar e de passar pela TPM. A partir do quinto mês, comecei a sentir melhora no ganho de massa muscular. No sétimo, comecei a emagrecer”, lembra. Ela explica que o implante apenas potencializa o que se faz: se exagerar na comida, a pessoa engorda ainda mais que o normal. Com exercícios regulares e alimentação regrada, os hormônios são uma mão na roda. Rafaela é completamente feliz com a decisão de parar de menstruar. “Só vi benefícios, estou muito feliz.”
Animadas com a evolução da personal trainer, muitas alunas se empolgaram e seguiram o caminho. Algumas das amigas que inspiraram Rafaela já estão com o implante há 10 anos e não se arrependem. “Se eu quiser engravidar, é só tirar o implante e esperar a menstruação se regularizar”, garante.