"É como se cinco aviões de grande porte caíssem todos os dias no país e não deixassem sobreviventes. Temos um enorme desafio pela frente para reverter esses números catastróficos e precisamos agir já, levando informação às pessoas", alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcus Bolivar Malachias, que assumiu a entidade nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, em cerimônia na Academia Nacional de Medicina. A inauguração do Cardiômetro ocorreu no mesmo local, onde o totem ficou exposto antes de circular pela orla carioca. Os números também podem ser consultados na página www.cardiometro.com.br, que também traz informações sobre os fatores de risco, além de permitir o acesso ao portal da entidade, com receitas saudáveis, cartilhas e guias informativos para download, dicionário do coração, sessão de perguntas e respostas, testes online.
O resultado é que no caso da hipertensão, do colesterol elevado e do diabetes, por exemplo, a adesão ao tratamento e o efetivo controle são inferiores a 20% das pessoas afetadas, segundo estudo da própria Sociedade Brasileira de Cardiologia. Apenas 15% dos doentes mantêm o tratamento dessas doenças crônicas ao final de um ano. "Depois desse período, muitos largam o tratamento achando que estão curados ou não dão a necessária importância, em virtude dos fatores de risco não apresentarem sintomas", lembra o médico. As doenças do coração ainda podem ocorrer por diversos outros fatores de risco, associados ou não, como o colesterol elevado, o diabetes, o sedentarismo, o tabagismo, uma alimentação não saudável e o estresse. O único fator de risco que vem melhorando no país é o tabagismo.