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Castro afirmou que o maior problema da vacina é seu custo elevado. Cada dose custa cerca de € 20 (R$ 88). Além disso, a vacina contra dengue da Pasteur tem dois fatores apontados como desvantagem: a necessidade de aplicação de três doses (algo que reduziria, por exemplo, o efeito no caso de uma epidemia) e uma eficácia considerada limitada: 66% dos voluntários desenvolveram anticorpos contra o vírus.
Uma das alternativas cogitadas para tentar reduzir os custos seria eleger um público-alvo para vacina. "O laboratório defende a faixa etária entre 10 e 14 anos, porque esse público se movimenta muito, é muito picado. Mas essa é a opinião dos fabricantes, não do ministério", disse Castro.
Butantã
Dentro do ministério, no entanto, há resistências para liberação do uso do imunizante agora. Além da baixa eficiência, alguns integrantes da equipe avaliam que a incorporação do produto agora colocaria em risco o andamento da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantã, em parceria com centros dos Estados Unidos.
O instituto recebeu na semana passada o sinal verde da Anvisa para o início da fase 3 das pesquisas. Mas com uma vacina registrada no País - a da Sanofis -, não seria ético submeter um grupo de controle das pesquisas ao uso de placebo - uma substância inócua. E é pensando nisso, afirmam alguns analistas, que a Pasteur aposta. Daí a pressão para maior agilidade da Anvisa para analisar o registro.
Mesmo que fosse aprovada, a vacina da Sanofi Pasteur não poderia ser usada pela totalidade da população. A farmacêutica já avisou que reservou ao País só 30 milhões de doses.
O ministro também observou que a dengue é só um dos problemas a enfrentar. No caso do zika, não há perspectivas a curto prazo para desenvolvimento de vacina contra o vírus, também transmitido pelo Aedes aegypti. "A Sanofi afirma que seriam necessários pelo menos 10 anos de pesquisa."