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Os estudos começaram em 2008 e, se não houver imprevistos, a vacina deve estar disponível em 2017, ainda para análise do Ministério da Saúde do ponto de vista da saúde pública, segurança, eficácia, custo-efetividade, impacto orçamentário com a produção, entre outros aspectos. Apesar de conter os quatro tipos de vírus da dengue, o medicamento em teste não previne a chikungunya e a zika.
Com o anúncio, os mineiros interessados em participar da fase III de provas clínicas da vacina da dengue já podem se inscrever junto ao Instituto Butantan, que coordena as pesquisas. No Sudeste, apenas Minas e São Paulo estão na lista de estados que vão sediar as análises, sendo que a UFMG é a única instituição mineira entre os 14 centros escolhidos. Apesar de não informar quando as imunizações começam no estado, a expectativa do Butantan é vacinar todos os 17 mil voluntários selecionados no país no prazo de um ano e, se os resultados forem positivos, o produto pode estar disponível em 2017. A notícia da liberação da terceira e última fase de testes, anunciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na sexta-feira, veio em boa hora. Além do avanço de 500% nos casos de dengue em Belo Horizonte neste ano na comparação com 2014(15. 531 contra 3.037), a capital teve quatro casos de febre chikungunya e investiga 10 casos de microcefalia por associação ao zika vírus, também transmitido pelo Aedes aegypti.
O convite aos interessados e o acompanhamento dos voluntários do teste serão feitos pelos serviços de pesquisa. Poderão participar do estudo pessoas saudáveis, que já tiveram ou não dengue e na faixa etária de 2 a 59 anos. Por meio de sua assessoria de imprensa, a UFMG informou que ainda não tem autorização para falar sobre o assunto.
PREVENÇÃO
Enquanto a vacina é ainda apenas uma promessa, permanece entre a população o medo de transmissão da dengue e das outras doenças transmitidas pelo Aedes. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Saúde, diz atuar durante todo o ano no combate e prevenção à proliferação do mosquito, mas afirma que precisa do apoio da população para eliminar criadouros, já que 86% dos focos estão dentro de residências, segundo o último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa).
A dona de casa Tânia Marinho, de 45 anos, está na lista de quem não dá chances ao mosquito. Pelo menos uma vez por dia, ela confere se há água parada em casa, especialmente no terraço da cobertura onde mora com a família no Bairro Sagrada Família. “Armazeno água da chuva para limpeza de áreas e sempre coloco água sanitária para evitar a reprodução do mosquito. Também não deixo pratos embaixo dos vasos de plantas e confiro os ralos de escoamento de água. Não dá para descuidar”, diz.