O plano será apresentado pelo secretário estadual da Saúde, David Uip, para aprovação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) nesta sexta (04/12). "Temos de lidar com esse assunto de forma diferente da que estávamos lidando. Agora estamos diante de três doenças e é muito pouco provável que isso (zika) não chegue a São Paulo. O Estado tem de estar preparado para aquilo que seguramente poderá acontecer", disse o secretário.
Por ainda depender da aprovação de Alckmin, Uip não quis detalhar as medidas nem o volume de recursos necessário para o plano de enfrentamento, mas disse que as duas principais áreas de atuação serão novas estratégias de combate ao Aedes e o monitoramento e acompanhamento de gestantes. "Em linhas gerais, vamos atuar desde a tentativa de extermínio do vetor até políticas específicas para as populações vulneráveis, como as grávidas."
O secretário disse que o Instituto Adolfo Lutz está desenvolvendo, com base em amostras fornecidas pelo Ministério da Saúde, um teste que poderá verificar, mesmo em pessoas que não apresentaram sintomas, se houve infecção por zika. Atualmente, o único teste de diagnóstico existente para a doença é o que aponta a presença do vírus enquanto a pessoa ainda está doente. O novo exame, que usará o método elisa, poderia detectar a presença de anticorpos contra o vírus, uma indicação de que a infecção já ocorreu.
"Quero que esse teste seja incorporado no pré-natal de toda gestante de São Paulo.
Uip disse que pretende aumentar o número de agentes e recursos oferecidos às prefeituras no combate ao mosquito. "Precisamos de ações mais contundentes, que vão além do que os municípios podem fazer."
Academia
Pesquisadores das principais instituições de ensino de São Paulo também se articulam para enfrentar a zika e colaborar, no campo da pesquisa, com o entendimento do mecanismo de ação do vírus.
Há cinco dias, começou a ser desenhada uma rede de laboratórios que atuarão em várias cidades do Estado no estudo de questões como o comportamento do vetor e do vírus, a interação do zika com a dengue nos pacientes que tiverem ambas as infecções, no acompanhamento de gestantes e de bebês com microcefalia e no monitoramento das alas pediátricas dos hospitais para definir as orientações a serem dadas a gestantes paulistas. A iniciativa terá o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
"A gente vai precisar também do empenho gigantesco da administração pública brasileira no fornecimento de material, compartilhamento de amostras, interação com grupos internacionais. Isso é uma emergência, uma situação de guerra e as ações precisam ser rápidas e eficientes", disse Paulo Zanotto professor do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, cujo laboratório integra a rede..