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“Precisamos ainda melhorar os números entre crianças. No momento, estamos a dois pontos porcentuais para alcançar a meta geral”, disse. Na avaliação do ministro da Saúde, Marcelo Castro, o comportamento da epidemia, revelado pelo boletim epidemiológico, indica que o país vai conseguir alcançar a meta de 90/90/90 até 2020.
Indicadores expressivos
O ministro afirmou ser necessário sobretudo melhorar os indicadores de Aids entre jovens. Os indicadores nessa população ainda preocupam de forma significativa. “Esse é um problema que não é exclusivo no Brasil, é um fenômeno mundial e é resultado de vários fatores”, comentou. A faixa etária que mais preocupa, de acordo com Mesquita, é a que está entre 15 e 24 anos. “Não é comparativamente a população que tem os maiores indicadores. Em números absolutos, os números são mais relevantes entre maiores de 24 anos. Mas é no grupo entre 15 e 24 que a velocidade de expansão é mais alta”, afirmou.
Em 2014, a taxa de detecção por 100 mil habitantes era de 6,7 por 100 mil na população de homens de 15 a 19 anos. Um indicador muito mais expressivo do que o apresentado, por exemplo, em 2007, quando eram identificados 2,8 casos a cada 100 mil habitantes. Na faixa etária de homens entre 20 e 24 anos, o avanço também foi muito significativo: saltou de 5,2 para 30,3 por 100 mil. Entre mulheres, o comportamento não foi o mesmo. Entre 15 e 19 anos, o indicador passou no período de 3,7 para 4,2 por 100 mil. Na faixa etária de 20 a 24 anos, o comportamento foi oposto: uma queda de 14,5 para 12 por 100 mil habitantes. Um dos pontos considerados essenciais pelo governo é a disponibilização, prevista para o próximo ano, de autotestes de HIV. “É uma ferramenta útil, sobretudo para pessoas que se sentem constrangidas de pedir o exame para o médico”, disse o ministro. A estimativa é de que, atualmente, 781 mil pessoas vivam no Brasil com HIV. Desse total, 649 mil sabem da condição.
Tratamento preventivo é validado
Resultados de um estudo francês que mostra que um tratamento preventivo contra a Aids feito antes e após as relações sexuais permite reduzir em 86% o risco de infecção foram publicados ontem pela revista médica americana New England Journal of Medicine. Os resultados do ensaio Ipergay, conduzido com 414 homossexuais franceses e canadenses HIV negativos, já havia sido apresentado publicamente em fevereiro na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas, nos Estados Unidos. Mas eles não tinham sido publicados em revista médica de referência, como é a regra na comunidade científica. A publicação coincidiu com o Dia Mundial contra a Aids e foi divulgada uma semana depois de a França dar sinal verde para o uso do Truvada – combinação de antirretrovirais do laboratório norte-americano Gilead já usada pelos pacientes – como uma ferramenta para a prevenção. O estudo coordenado pela Agência Nacional de Pesquisas sobre Aids (ANRS) baseou-se num tratamento avulso, com dois comprimidos de Truvada tomados antes da relação de risco, um terceiro no dia seguinte e um quarto dois dias mais tarde. Metade do grupo estudado recebeu Truvada, e a outra metade, um placebo. Dezesseis infecções ocorreram durante os nove meses de follow-up dos participantes, incluindo 14 no grupo placebo e dois no grupo Truvada, mas os autores observam que ambos interromperam o tratamento várias semanas antes da infecção. Para Jean-Michel Molina, um dos autores do teste, “os resultados do estudo mostram, por um lado, que o risco de infecção pelo HIV é muito elevado na França e no Canadá nas populações de risco e, por outro, que o tratamento preventivo permite uma redução import