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"Nunca testamos tanto e mesmo assim, as taxas foram mais baixas" comentou. Os dados demonstram que em 2014 foram realizados 7,8 milhões de testes e neste ano, 9,6 milhões. De acordo com o diretor, o Brasil já alcançou, entre a população adulta, a meta de suprimir a quantidade de vírus circulante no organismo em pacientes testados. O objetivo é alcançar a supressão viral (níveis de HIV equivalentes a zero) em 90% dos pacientes tratados.
"Precisamos ainda melhorar os números entre crianças. No momento estamos a 2 pontos porcentuais para alcançar a meta geral", disse. Na avaliação do Ministro da Saúde, Marcelo Castro, o comportamento da epidemia, revelado pelo boletim epidemiológico indica que o País vai conseguir alcançar a meta de 90/90/90 até 2020 - 90% da população portadora do vírus com diagnóstico da sua condição, 90% em tratamento e 90% carga viral suprimida.
Jovens
O ministro afirmou ser necessário sobretudo melhorar os indicadores de aids entre jovens. Os indicadores nessa população ainda preocupam de forma significativa. "Esse é um problema que não é exclusivo no Brasil, é um fenômeno mundial e é resultado de vários fatores", comentou.
A faixa etária que mais preocupa, de acordo com Mesquita, é que está entre 15 a 24 anos. "Não é comparativamente a população que tem os maiores indicadores. Em números absolutos, os números são mais relevantes entre maiores de 24 anos. Mas é no grupo entre 15 e 24 que a velocidade de expansão é mais alta", afirmou.
Em 2014, a taxa de detecção por 100 mil habitantes era de 6,7 por 100 mil na população de homens de 15 a 19 anos. Um indicador muito mais expressivo do que o apresentado, por exemplo, em 2007 quando eram identificados 2,8 casos a cada 100 mil habitantes.
Na faixa etária de homens entre 20 a 24, o avanço também foi muito significativo: saltou de 5,2 para 30,3 por 100 mil.
Entre mulheres, o comportamento não foi o mesmo. Entre 15 a 19 anos, o indicador passou no período de 3,7 para 4,2 por 100 mil. Na faixa etária de 20 a 24 anos, o comportamento foi oposto: uma queda de 14,5 para 12 por 100 mil habitantes.
Um dos pontos considerados essenciais pelo governo é a disponibilização, prevista para o próximo ano, de autotestes de HIV. "É uma ferramenta útil, sobretudo para pessoas que se sentem constrangidas de pedir o exame para o médico", disse o ministro. A estimativa é a de que atualmente 781 mil pessoas vivam no Brasil com HIV. Deste total, 649 mil sabem desta condição.