Ele explica que existem dois tipos de hérnia inguinal: a da criança, que é congênita (nasce com ela), e a do adulto, que ocorre quando, por diversos motivos, há uma fraqueza da parede abdominal associada a um aumento das pressões intra-abdominais, que faz com que se rompa um local nessa parede e uma estrutura se torne capaz de sair por esse buraco. “Isso vai causar desconforto no local, acompanhado de dor moderada, principalmente ao se levantar ou fazer esforços físicos e notando o aparecimento de um abaulamento no local.”
Na região inguinal, as hérnias tendem a aumentar de tamanho com o tempo, independentemente de qualquer outro motivo. Mas, se acompanhado ao fato de levantar pesos, agrava o problema. O principal mecanismo de aumento é a não operação, acompanhado por defeito inato do metabolismo do colágeno, que, nesses casos, parece ser mais grave. O colágeno é uma proteína que todos nós temos, mas nos portadores de hérnia ela é defeituosa, o que enfraquece os tecidos.
Até certo ponto, as hérnias aumentam pelo medo do paciente em operar.
CAUSAS
Nas hérnias incisionais o problema é outro. Algumas vezes, o paciente tinha uma grande infecção abdominal e a musculatura não cicatrizou em toda a sua extensão. Outras vezes, houve um erro técnico no fechamento de sua incisão na operação inicial. Fato é que existem diversas causas para a formação de hérnias incisionais e elas podem ser pequenas ou grandes, dependendo de cada caso. Há também o fator de defeito do metabolismo do colágeno, já descrito anteriormente. Só para se ter uma ideia, segundo a literatura médica, a média de hérnia incisional ocorre em 20 % de todas as incisões no abdome, do tipo laparotomia, ou seja, incisões maiores do que cinco centímetros.
Essas hérnias, segundo Beitler, precisam de cirurgias por via convencional, quase nunca podem ser realizadas por videocirurgia e são muito difíceis de tratar, tanto no preparo pré-operatório quanto nos cuidados de pós-operatório e, tecnicamente, durante a cirurgia..