Os dados são da Secretaria de Política Para Mulheres e foram divulgados na manhã desta quarta-feira (25/11), em Brasília, por ocasião do Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. Criada em 2006, a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) recebe denúncias e relatos de violência, orienta as mulheres sobre a legislação vigente e encaminha para os serviços competentes.
De janeiro a outubro em 2015, o Ligue 180 realizou 644.862 atendimentos, 56,1% superior ao número de telefonemas do mesmo período de 2014 (406.515). Até agora, foram em média 63.486 atendimentos mensais e 2.116 diários.
Em 2015, do total de atendimentos, 63.090 foram relatos de violência, dos quais 58,55% praticados contra mulheres negras. Segundo a Central de Atendimento à Mulher, "esses dados demonstram a importância da inclusão de indicadores de raça e gênero nos registros administrativos referentes à violência contra as mulheres".
Entre os relatos, 49,8% foram relatos de violência física, 30,4% de violência psicológica, 7,3% de violência moral, 2,2% de violência patrimonial, 4,8% de violência sexual, 4,8% de cárcere privado, e 0,5% de tráfico de pessoas.
Neste ano, o Ligue 180 atendeu todas as 27 unidades da federação com média de 52,4 relatos de violência por 100 mil mulheres. Do total de atendimentos deste ano, 39,5% corresponderam à prestação de informações, principalmente sobre a Lei Maria da Penha; 9,6% foram encaminhamentos para serviços especializados; e 40,2%, direcionamentos para 190 da Policia Militar, 197 da Polícia Civil e Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos.
Segundo a Secretaria de Política Para Mulheres, Campo Grande permanece com a maior taxa de relatos de violência entre as capitais, seguida por Rio de Janeiro e Natal. Entre as unidades da federação, foi no Distrito Federal a maior taxa de relatos de violência registrados no Ligue 180, seguido por Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.
Em dez anos de Ligue 180, foram realizados mais de 4,7 milhões de atendimentos.