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De acordo com a revista, um "debate furioso está sendo travado no Brasil, colocando a maior universidade do país contra centenas de pacientes de câncer que querem ter acesso a um composto que alguns rotularam como uma cura milagrosa". O texto manifesta preocupação com os relatos de que alguns pacientes deixaram de tomar medicamentos receitados por medo de que remédios com comprovação científica interferissem na ação da pílula. "A triste verdade é que a droga provavelmente não é um milagre", diz o editorial.
Nos Estados Unidos, segundo a Nature, apenas uma a cada dez drogas que passam na primeira fase dos testes clínicos acaba sendo aprovada pela FDA (Food and Drug Administration), a agência responsável pela liberação de novas substâncias no país. O texto ainda lembra que a fosfoetanolamina "nem mesmo chegou à primeira fase dos testes clínicos".
O editorial afirma que situações parecidas ocorreram nos Estados Unidos, onde vários Estados fizeram leis liberando os pacientes para testar drogas experimentais antes da aprovação da FDA - e lembra que essas iniciativas foram criticadas por "oferecer falsas esperanças e por afastar os pacientes de outras vias mais promissoras".
"A situação no Brasil é mais extrema. Um laboratório de universidade não é uma planta farmacêutica e não precisa seguir os protocolos de boas práticas para fabricação. Não há meios de garantir o que há dentro das cápsulas azuis e brancas da USP", diz o texto. A Nature afirma que a esperança para a fosfoetanolamina é a realização de mais pesquisas. Até lá, diz o texto, os tribunais deveriam "manter a última decisão de impedir a distribuição da fosfoetanolamina".