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A festa de Norma foi em um salão de beleza. “Tinha amiga minha que sempre vemos com o cabelo impecável e que, no dia, estava com ele bagunçado”, brinca Norma, “Nós ficamos muito à vontade”, completa. Ela quis juntar o útil ao agradável. “Eu sempre achei interessante como os salões são espaço onde as pessoas se abrem, mesmo sem se conhecerem. Contam fofocas, intrigas de família, coisas pessoais e vão embora sem deixar registro”, explica. Ela queria criar um espaço assim com as amigas. Todas conversaram, se abriram, se emocionaram e se divertiram.
Em vez de optar por um estabelecimento que já oferecia esse tipo de evento (como fazem muitas esmalterias), ela resolveu que a festa deveria ser no salão que frequenta há cerca de 2 anos. Perto de casa, tradicional e básico, é assim o salão ao qual Norma está acostumada a ir. Para receber a celebração, o lugar passou por uma “transformação”, mas sem perder a autenticidade. A amiga responsável pela decoração foi mais que bem-sucedida na função: parte da decoração foi encorporada e está lá até hoje.
Para as profissionais do salão, a situação foi completamente inusitada. Foram quatro horas e meia fazendo a unha e os cabelos da mulherada — algumas que não paravam quieta, seja pela animação, seja pelo efeito do espumante.
Festa surpresa
O caso de Daniella Guimarães, 41, servidora pública, foi diferente. Ela não pretendia comemorar o aniversário com festa. Seria só algo com a família. O marido dela, Daniel Guimarães, 36, advogado, percebeu que, apesar de ter escolhido por si, ela não estava tão satisfeita com a decisão. Resolveu fazer uma surpresa. Tinha ouvido falar em festas em esmalterias. Calhou de visitar um cliente em um prédio e encontrar, ali, uma dessas lojas.
Daniel combinou data e local com as amigas de Daniella, levou bolo e salgadinhos, deixou o bar por conta do estabelecimento e falou para a esposa que a levaria a um spa de mãos e pés. Quando chegaram lá e ela viu a quantidade de gente dentro da esmalteria, conta que ficou até desanimada, pensando que teria que esperar muito pela massagem nos pés. Chegando mais perto, começou a reconhecer os rostos. “Chorei. Principalmente em ver todo o trabalho e o carinho que o Daniel teve. Não é qualquer homem que consegue ter essa ideia e executá-la”, elogia.
Ele ficou só para ver a reação da esposa. Depois, deixou o local. Modesto, Daniel diz que foi muito prático e que a escolha da esmalteria funcionou como um pretexto para chamar só as amigas mais íntimas e excluir os homens, já que Daniella, desde o princípio, não queria algo muito grande. E ela ama fazer as unhas. Com amigas fofocando, melhor ainda.
A servidora já tinha ouvido falar dessas festas, mas achava que eram só para crianças e adolescentes. A dona de esmalteria Andrea Geiza garante: a procura é grande em qualquer faixa etária.