Como começou sua história de amor com os animais?
Começou tão cedo que não lembro. Minha família conta que, enquanto as outras crianças estavam brincando, eu ficava observando as formiguinhas. Minha vó diz que eu alinhava as formigas, gostava de olhar as filas que elas faziam.
Então, a capacidade de adestrar vem desde a infância?
Minha mãe é bióloga e meu pai, psicanalista. Acho que eu misturei as duas coisas. Mas não sei se é um dom, uma facilidade extra, ou, simplesmente, um vício. Até porque que tive muito mais horas com animais do que com qualquer ser humano e fiz disso a minha vida.
Como você conheceu a Estopinha e o Barthô?
Estava procurando um cachorro para ser minha companhia e encontrei a Estopinha com uma protetora. Fiz alguns testes, para saber se ela curtiria essa vida de viajar bastante, sempre conhecendo lugares novos. Sabia que ela se tornaria conhecida e queria que fosse adotada, para mostrar como é possível pegar um cachorro que não é filhote e ter uma convivência muito legal. Ela já tinha sido devolvida duas vezes por mau comportamento — é muito bagunceira —, e eu quis mostrar como é possível viver bem com cães como ela.
Levando em consideração a sua experiência, qual é o verdadeiro valor um animal de estimação na vida de uma pessoa?
O animal pode, inclusive, dar sentido à vida de algumas pessoas, chega a esse ponto. Mas tem casos menos extremos e que, às vezes, as pessoas nem se dão conta dos benefícios. A ciência está ajudando a gente a entender isso. São muito mais proveitos do que já se imagina. Pode significar amor, carinho e aconchego.
O que você diria para uma pessoa que está em dúvida sobre ter ou não um pet?
Tomo um determinado cuidado. Quando explico para alguém a responsabilidade, falo do lado mais complicado, mas tento balancear com as coisas boas. No caso de cães e gatos, a casa ficará cheia de pelo, mas também de vida. Provavelmente, vai gastar mais dinheiro, mas vai ser mais feliz. Vai ter mais trabalho, mas sempre terá uma companhia.
Comprar ou adotar?
Adoção é a primeira opção, mas nem sempre é possível. Por exemplo, pessoas que viajam muito e gostam de levar o pet vão optar por cães pequenos, e os vira-latas costumam ser maiores. Outro exemplo: a pessoa tem criança em casa e fica com medo de que o cachorro a ataque. Por mais que escolha a raça, cada animal tem seu temperamento. Agora, no caso da adoção, geralmente o cachorro já é adulto e tem o caráter formado. É bastante confiável. .