Crianças com o problema apresentam uma circunferência cefálica menor do que a média e podem ter deficiência mental, motora, problemas de visão e audição. A maior parte dos casos está concentrada em Pernambuco (141 casos), seguido por Sergipe (49), Rio Grande do Norte (22) e Paraíba (9). Em todos esses Estados, o aumento do número de casos de microcefalia está muito acima da média histórica. No Piauí, foram registrados durante todo o ano de 2013 quatro casos. No ano passado, foram seis casos.
O Ministério da Saúde decretou quarta-feira, 11, estado de emergência sanitária nacional.
Investigações preliminares indicam apenas que a maior parte das mães dos bebês com malformação apresentaram, durante os primeiros meses de gestação, febre baixa, coceira e vermelhidão. Os sintomas são semelhantes ao provocados pela infecção por zika vírus, uma doença que chegou neste ano ao Brasil e que afetou sobretudo Estados do Nordeste.
Técnicos do Ministério da Saúde reconhecem que essa é a principal suspeita. Isso porque o período de surto da doença, ocorrido no início do ano, coincide com o provável período de infecção dos bebês. Há outras causas que estão sendo investigadas. Entre elas, infecção durante a gestação por toxoplasmose, citomegalovírus, sífilis e herpes. No entanto, exames feitos até agora não indicam que grávidas ou bebês tenham sido contaminados por esses agentes.
A Secretaria de Saúde do Piauí anunciou que vai montar uma comissão para investigação dos casos, preparar um plano de ação e um protocolo para atendimento dos bebês. Em Pernambuco, o primeiro Estado a identificar um aumento súbito de casos, o protocolo para diagnóstico foi lançado nesta semana. Tanto em Pernambuco quanto no Rio Grande do Norte um protocolo de atendimento para bebês e gestantes foi preparado.
"Esses bebês precisam de cuidados específicos. Poucos profissionais têm hoje preparo para prestá-los", afirmou o professor do Instituto de Medicina Tropical do Rio Grande do Norte Kleber Luz. Ele afirma que, em seu Estado, cerca de 80% das mães de bebês com microcefalia apresentaram sintomas semelhantes aos de zika. No Rio Grande do Norte, o número de casos contabilizados neste ano é 11 vezes maior do que o apresentado em 2012.