Em alta já há algumas temporadas, ela conta que a pele trabalhada para ganhar um aspecto natural, “acordei assim”, permanece, mas traz algumas atualizações. “O que muda é buscar um efeito acetinado no lugar do úmido (usado na temporada passada, até mesmo com a ajuda do gloss). A tônica, no entanto, é revelar uma pele humana nada opaca ou com aspecto de quem recebeu uma camada de cimento.”
As bocas aparecem em duas vertentes. “As berries (cor das frutas vermelhas) são apostas. Vale o vermelho, o vinho e variações, além do telha e dos tons superfortes, como o marron e até mesmo o preto (numa imagem mais dark). Optando pelas cores de frutinhas como framboesa, mirtilo e morango, a novidade é esfumar as laterais.
Passarelas x realidade
Apesar de conceitual, como frisa Fabiana, a beleza das passarelas é referência para o que será visto nas ruas. Nesse sentido, impera a busca pelo natural, negando-se, inclusive, o excesso de perfeição. “Não existe mais aquela maquiagem transformadora, que parece uma tatuagem e modifica o aspecto de uma pessoa. Além disso, ninguém nos dias atuais tem 40 minutos diários para fazer uma maquiagem, e essa pressão é desgastante. Quem disse que todo mundo deve ser parecido com a Kim Kardashian?”, define Fabiana.
O tema leva a outro questionamento, a respeito do boom dos tutorias de maquiagem publicados e replicados na internet. A maquiadora chama a atenção para o perigo de uma padronização forçada. “Não existe uma receita de bolo. Pelo fato de os produtos importados terem chegado ao Brasil há pouco tempo (em comparação a outros países), a mulher brasileira ainda está em estágio de descoberta do prórpio estilo. Com isso, muitas copiam o que veem nesses tutoriais, e corre-se o risco de todo o mundo ficar com o rosto parecido. Pesquisar técnicas é legal. No entanto o importante numa maquiagem é a valorização de pontos fortes e a capacidade de disfarçar imprefeições.
Voltando ao tema lançamentos, a especialista cita as sombras com potencial de brilho, porém sem aquele efeito gliter. “Você manda na sombra por meio do pincel, que deve ser fofinho e dar a capacidade de controlar a quantidade de partículas. Para o dia a dia, por exemplo, é mais legal usar um véu de cor. Já para eventos noturnos vale carregar mais.” Outras novidades vêm de produtos com textura híbrida entre creme e pó, o rímel com microescova “que alcança até mesmo os fios cuja existência até então era desconhecida pela mulher”, brinca ela, o corretivo de longa duração (que não escorre com o calor e a umidade tropicais), os produtos da linha Lightful (que uniformizam e tratam a pele) e o uso do sérum no lugar da base, entre outros. Na temporada de alta-costura, também sobressaíram as sombras candy, em tons pastel: verdinhos, rosas, azuis, pêssego e outros.
Pergunta que não quer calar: o efeito de produtos apontados como “mágicos” de fato existem na maquiagem?. Ela responde que sim, no sentido de que ajudam a preencher os poros, disfarçar sinais e homogenei a cor, a exemplo dos bbs, primers e blur. E avisa: “Cada vez mais as fórmulas têm alta tecnologia embarcada.” Entre os clássicos, Fabiana aposta no vermelho-mate do Ruby Whoo, em um delineador não totalmente preto, e na aplicação do dregadé de tons nos olhos. “Evito o iluminador sob a sobrancelha, tenho achado esse recurso bem antiguinho.”.