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A campanha Coração na Batida Certa contará com atividades nas cinco regiões do país, incluindo ações em aeroportos, parques, shopping centers, calçadões, academias, hospitais, universidades, entre outros. Em Minas, têm ações em BH, Juiz de Fora e Pouso Alegre. Clique e confira.
Um dos coordenadores da ação, o cardiologista e membro da Sobrac Eduardo Saad, ressalta o aspecto educativo da campanha e lembra como a arritmia cardíaca pode ser traiçoeira em alguns casos. “São ações com caráter educativo, para que a população possa detectar, prevenir e tratar uma arritmia, sem mencionar o debate sobre a importância de locais públicos terem desfibriladores adequados para quando uma pessoa for atingida pelo problema. É muito importante esse tema como um todo, pois a doença, em alguns casos, se manifesta sem avisar. Qualquer pessoa está sujeita a algo desse tipo”, alertou.
Saad lembra que, na maioria dos casos, a doença apresenta sintomas como palpitações, falta de ar, cansaço extremo, tontura, fraqueza intensa, dor no peito e outros. Segundo ele, pessoas com problemas cardíacos, obesas e hipertensas têm maior probabilidade de passar por esse mal.
De acordo com o cardiologista, o forte calor que deve se instalar no país durante o verão também é um fator agravante para a doença. ”Sem dúvida nenhuma, isso contribui. Por conta do suor excessivo, a pessoa vai perdendo sais, sódio e minerais extremamente importantes para o funcionamento do organismo. Então, o coração vai se fragilizando e ficando suscetível a uma arritmia e outros problemas. Então, é de extrema importância se hidratar e se proteger das altas temperaturas”, recomendou.
Sobre os procedimentos para tratamento da arritmia, Eduardo Saad esclarece que alguns casos necessitam somente da correção de fatores de risco que o dia a dia proporcionou para a doença. Em outros, quando são mais complexos, existem três procedimentos. “Aí, o tratamento pode ser feito por meio de medicamentos, quando é mais simples, ou de uma intervenção cirúrgica e, dependendo, utiliza-se a instalação de um marca-passo para reajustar as batidas do coração”.
Para o cardiologista, a prevenção é sempre o melhor remédio. Por isso, existe a luta para um projeto de lei que torne obrigatória a presença de desfibriladores em locais e eventos de grande porte. Segundo Saad, no exterior essa já é uma prática comum. “É extremamente importante a existência de um aparelho desse em locais públicos, pois quanto mais rápido for o atendimento, maiores a chances de a vítima sobreviver. E não se trata de um aparelho complexo, de manuseio profissional. Qualquer um está apto a utilizá-lo. Basta colar os adesivos no peito da vítima e apertar um botão que faz com que as descargas elétricas sejam transmitidas à pessoa acometida pela arritmia. Nos Estados Unidos e na Europa isso é algo bastante difundido. Falta aqui no Brasil".
No dia 29 de outubro deste ano, por exemplo, um torcedor do Fluminense morreu ao sofrer um infarto depois do jogo contra o Palmeiras, válido pela Copa do Brasil. Flávio Gusmão de Figueiredo Mendes, 51 anos, que era médico, teve o atendimento retardado em cerca de 30 minutos, de acordo com torcedores presentes no local. O estádio não tinha nenhum tipo de desfibrilador para reanimar o torcedor enquanto esperava pelos médicos.