Pensando no conforto do paciente acometido pela enfermidade, o optometrista Paul Rose criou, no fim da década de 1990, a primeira lente de contato especial – a Rose K – para auxiliar na solução da acuidade visual. Desde então, o profissional desenvolveu vários tipos de lentes para cobrir diferentes tipos de córneas, uma vez que o desenho das deformações corneanas são diferentes. Recentemente, ele esteve em Belo Horizonte, onde lançou uma nova versão da lente, que é semiescleral e adaptável a qualquer desenho na parte interna do olho: a Rose K XL.
“As novas lentes são mais confortáveis e uma alternativa à cirurgia, porque prorrogam, na maioria dos casos, a necessidade da intervenção. Em 90% dos casos, o transplante de córnea pode ser evitado com o uso das lentes”, defende Paul Rose. O especialista afirma que uma córnea normal tem pontos focais que atingem a retina diretamente, provocando nitidez da imagem. Já a parte do órgão acometida pelo ceratocone perde a regularidade.
Paul Rose diz que parte da lente, que é bicurva, copia a luz da córnea para dar mais conforto ao paciente. A outra parte exerce a função da córnea normal no processo de refração da luz. É justamente a sua geometria complexa, que a diferencia das lentes de contato tradicionais. Esse formato é obtido com a utilização de tornos controlados por computadores, permitindo cortes precisos e suavizados na superfície posterior da lente. E isso resulta em um melhor relacionamento lente/córnea e, consequentemente, mais conforto e melhor acuidade visual com diminuição das aberrações.
Todas essas características tornam o processo de adaptação do paciente e o trabalho do oftalmologista mais fácil. “Há uma série de testes e provas antes de se chegar na lente ideal, normalmente. Com a nova lente, 83% dos casos acertam na primeira”, garante.
No Brasil e em toda a América do Sul, a Rose K é produzida e comercializada pelo laboratório mineiro Mediphacos. A empresa foi fundada há 42 anos pelo oftalmologista Emyr Soares para produzir, exclusivamente, lentes de contato para uso dos pacientes do próprio médico. Com o passar do tempo, o uso de lentes de contato se popularizou e o laboratório passou a produzir para outros profissionais. Atualmente, atua em três linhas: na produção de lentes intraoculares para catarata, desenvolvimento e produção de implantes corneanos para ceratocone e produção de lentes de contato para diferentes tipos de enfermidades. Exporta para 62 países dos cinco continentes..