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“Comer menos gordura e fazer atividade física são medidas preventivas para qualquer tipo de câncer. Mas ainda não conseguimos identificar nenhum risco relacionado diretamente ao de próstata”, observa Lucas Nogueira, coordenador do Departamento de Uro-oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Em relação à prevenção, o que se faz hoje, de acordo com o médico, é evitar os óbitos associados à doença e, para isso, é fundamental identificá-la na fase inicial. Em 2013, o câncer de próstata matou 13.772 pessoas no Brasil. A recomendação da SBU é que homens a partir dos 50 anos consultem uma vez por ano o urologista — no caso de histórico familiar da doença, a primeira visita deve ser feita aos 45.
Eles, contudo, continuam evitando os consultórios médicos. Uma pesquisa da SBU em parceria com a Bayer em julho envolvendo 3,2 mil homens com mais de 35 anos em oito capitais, incluindo Brasília, mostrou que 51% jamais foram ao urologista. Nogueira observa que o quadro já foi pior e que as novas gerações cuidam mais da saúde. Contudo, reconhece que ainda há muito preconceito. “O homem só procura o médico quando está doente. Infelizmente, muitos ainda acham o exame preventivo constrangedor, e ainda tem a questão do medo do diagnóstico”, afirma.
Com isso, perdem a chance de identificar o câncer na fase inicial, quando está localizado e, em 70% dos casos, nem sequer exige tratamento, sendo necessário apenas o acompanhamento constante do urologista. Nesse estágio, a chance de cura é de mais de 90%. Quando o tumor está localmente avançado — espalhou-se para órgãos próximos, como a bexiga —, ainda é possível curá-lo em 50% dos casos, com tratamentos como cirurgia e radioterapia.
Contudo, o agressivo, que atingiu órgãos distantes, não é curativo. Usam-se medicamentos que tentam privar as células tumorais de androgênio, mas a estratégia é paliativa, pois o câncer volta a crescer em dois ou três anos. O uro-oncologista Lucas Nogueira diz que, nos últimos cinco anos, novas drogas disponíveis no mercado aumentaram a expectativa de vida dos pacientes de câncer de próstata avançado em até um ano e meio a mais. “É uma boa notícia porque, até 2010, não tinha tratamento”, diz. Hoje, as sociedades brasileiras de Urologia e de Oncologia Clínica vão se reunir para definir, pela primeira vez, as diretrizes terapêuticas conjuntas dessa fase do câncer de próstata.